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Donos de antigo hotel ocupado por vítimas da enchente em Porto Alegre propõem transformar imóvel em moradia popular

Famílias se instalaram no local no fim de maio de 2024. Proprietários têm interesse em fazer adequação e vender prédio ao governo federal

30/05/2025 - 09h42min

Atualizada em: 30/05/2025 - 09h46min


Paulo Rocha
Paulo Rocha
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Jonathan Heckler/Agencia RBS
Chegou a ser dada ordem de reintegração de posse no local, mas ela acabou suspensa.

Os proprietários do antigo Hotel Arvoredo, no Centro Histórico de Porto Alegre, formalizaram o interesse em vender o imóvel para o governo federal e transformá-lo em moradia popular. O prédio tem duas torres, de oito e seis andares, mas estava sem uso. Ele foi ocupado no dia 26 de maio de 2024.

A proposta de transformação em habitação social foi formalizada no processo que tramita na 8ª Vara Cível do Foro Central da Comarca de Porto Alegre e trata do pedido de reintegração de posse. Desde o ano passado, a Arvoredo Empreendimento Imobiliário Ltda busca a retomada do imóvel.

No dia 16 de maio de 2025, a empresa informou no processo judicial o fechamento de uma parceria com o propósito de transformar o hotel em moradia popular. O Instituto de Planejamento e Estudos Socioambientais (Ipes) ficaria responsável por levar ao Ministério das Cidades a proposta de venda do imóvel e realizar a requalificação dos apartamentos, num processo conhecido como retrofit. Não são mencionados valores no processo.

O assunto será discutido em sessão de mediação na próxima segunda-feira (2). Além dos proprietários do hotel desativado e dos réus, foram intimados a participar o Ministério Público do Estado, a prefeitura de Porto Alegre e a Defensoria Pública Estadual.

Apesar de manifestar disposição em transformar o imóvel em moradia popular, a Arvoredo Empreendimento Imobiliário sustenta a necessidade de manter a ação de reintegração de posse. Conforme o contrato apresentado na ação judicial, "é imprescindível a realização de reformas e tais obras de reformulação somente terão início com a completa desocupação do imóvel pelos invasores".

Quase 70 famílias ocupam o imóvel. Estas pessoas alegam que eram moradoras, principalmente, da zona norte de Porto Alegre e de Eldorado do Sul, e que perderam as casas na enchente e não têm para onde ir. A Defensoria Pública do Estado diz que o antigo hotel estava "desocupado há mais de 10 anos". Os proprietários negam.

A reportagem tenta contato com representantes da Arvoredo Empreendimento Imobiliário Ltda e do Instituto de Planejamento e Estudos Socioambientais (Ipes).


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