Vandalismo
Em dois meses, Porto Alegre teve média de um contêiner de resíduo reciclável incendiado a cada três dias; veja mapa
Polícia Civil investiga casos e, até o momento, aponta que atos não são orquestrados


Porto Alegre teve uma média de um contêiner de resíduo reciclável incendiado a cada três dias desde a instalação das primeiras unidades. Os equipamentos começaram a ser utilizados em 12 de março, há 61 dias.
Desde então, 18 dos 450 contêineres que já foram colocados nas ruas foram queimados. O caso mais recente ocorreu na última quarta-feira (7), na Avenida Ipiranga, em trecho no bairro Menino Deus.
O Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) estima um prejuízo de R$ 360 mil gerado pelos atos de vandalismo. Com o custo da limpeza e troca da estrutura, cada contêiner trocado chega a custar R$ 20 mil aos cofres do município.
Mapa do vandalismo
Conforme o DMLU, o bairro com mais registros de contêineres incendiados foi o Menino Deus. Dos 18 casos, seis foram registrados na localidade.
O equipamento da Rua Cícero Ahrends (sinalizado com o número 15 no mapa), por exemplo, foi vandalizado novamente após a primeira substituição.
O comandante da Guarda Municipal garante que a segurança foi reforçada nessa e em outras regiões. Cidade Baixa e Centro Histórico também registraram casos.
Investigações
Os casos de vandalismo foram registrados na Polícia Civil e há investigações em andamento, inclusiva com operações ostensivas reunindo a Guarda Municipal e Brigada Militar. Por enquanto, a polícia tenta identificar algum autor.
O delegado regional de Porto Alegre, Rodrigo Bozzetto, afirma que a Polícia Civil está com inquérito em andamento para investigar todos os registros. Segundo ele, a investigação mostrou que não são casos orquestrados, mas uma dificuldade dos recicladores que tentam mexer no equipamento.
— Pelo que nós percebemos, eles não estão conseguindo acessar da maneira que acessavam os outros contêineres e não conseguem retirar os objetos ali dentro. Em razão disso, acabam danificando — afirma.
Para o comandante da Guarda Municipal de Porto Alegre, Marcelo do Nascimento, uma das possíveis motivações para os incêndios nos contêineres seja uma reação negativa por parte de recicladores.
— Ocorre que, dentro de toda uma questão socioeconômica, nós temos uma amplitude grande de pessoas que vivem desse tipo de atividade e acreditamos que isso possa ser um fator contribuinte importante para que tenha algum tipo de reação negativa e, dentro dessa reação, possa estar sendo feito algum tipo de dano nesses equipamentos — avalia o comandante.