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Abandono

Prefeitura de Alvorada deixa crateras abertas por mais de três meses

Buracos com mais de dois metros de profundidade acumulam esgoto, lixo e são perigo para moradores. Administração municipal diz que aguarda materiais

16/05/2025 - 12h56min

Atualizada em: 16/05/2025 - 13h07min


Diário Gaúcho
Diário Gaúcho
Arquivo Pessoal/Reprodução
Além do incômodo, a erosão da terra tem deixado aumentado a situação que ameaça estruturas de casas e comércios.

Mais de um mês após o DG mostrar os transtornos causados por nove buracos no bairro Maria Regina, em Alvorada, a situação permanece praticamente igual. Em março, uma reportagem contou que os buracos com mais de 2 metros de profundidade tinham sido abertos pela prefeitura em um trecho da Rua Padre Diogo Feijó

Segundo a administração municipal, as obras seriam parte de um projeto de drenagem urbana na região e ajudariam a evitar a inundação de residências. 

Porém, em razão de um atraso na entrega de materiais por parte da empresa contratada, os nove buracos permaneciam abertos e sem proteção um mês e meio após terem sido cavoucados. Agora, mais de três meses depois, apenas dois deles foram fechados

— Está cada vez pior. A cada chuva, a situação piora e os buracos aumentam. As pessoas estão reclamando de ratos e baratas — conta o morador Rafael Pereira, que reside em frente a um dos buracos tapados: 

— Eles instalaram um cano, fizeram uma concretagem e botaram terra por cima no que ficava embaixo da janela da cozinha. 

Solução parcial 

Foi cerca de uma semana depois da publicação da matéria que as equipes da prefeitura estiveram fechando dois desses buracos. Um deles é o que ficava sob a janela da cozinha de Rafael. 

— Eles fecharam esse que ficava na frente de casa e o da frente da casa do vizinho. Mas não deram previsão para fechar os outros. Amigos meus que trabalham na prefeitura falaram que os canos viriam só em junho —relata o morador. 

Desde fevereiro, as crateras se tornaram depósito de lixo e acumulam esgoto das residências. A água suja parada ali exala mau cheiro e incomoda quem precisa viver nas redondezas. A falta de solução também ameaça estruturas de muros e das construções. 

Na esquina com a Rua Voltaire Pires, o avanço da erosão ameaça um esteio de sustentação da marquise do Armazém Pereira. 

O comércio pertence a Argeu Pereira, pai de Rafael. Ele reclama da demora para a realização da obra e teme até perder clientes: 

— Vários clientes comentam sobre o mau cheiro e o perigo. Eles (da prefeitura) dizem que abriram para melhorar, mas até agora piorou.

Contraponto

/// Na primeira vez que a reportagem entrou em contato com a Secretaria de Obras e Serviços Urbanos do município, foi informada que um atraso na entrega de materiais foi o motivo da demora das obras. Rafael, que trabalha com construção e obras, até brinca: — Se eu vou fazer uma obra e não tenho os materiais, eu nem começo. 

/// Procurada mais uma vez, a Secretaria informou que a conclusão definitiva da obra exigia “o fornecimento de materiais que estavam sob responsabilidade de uma empresa contratada”. 

/// “Como houve falha no cumprimento do contrato, a prefeitura iniciou um novo processo de compra – trâmite burocrático que já está em fase final”, afirma. 

/// A previsão é de que a obra seja concluída neste mês após a entrega dos materiais. 

/// “A administração municipal reforça a prioridade em entregar, o mais rápido possível, uma solução definitiva para os moradores e seguir corrigindo problemas estruturais históricos em áreas que há anos aguardam atenção do poder público”, encerra a nota.

*Produção: Guilherme Freling


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