Os dez representantes da sociedade civil no Colegiado Setorial de Folclore e Tradição Gaúcha do Rio Grande do Sul foram eleitos nesta segunda-feira (23), em Porto Alegre. Esses nomes se juntarão a outros cinco indicados pelo secretário estadual de Cultura para compor o órgão responsável por aconselhar o titular da pasta e representar o segmento junto à Secretaria Estadual de Cultura (Sedac).

A eleição ocorreu no auditório do Centro Administrativo Fernando Ferrari e contou com a presença de cerca de 100 interessados que puderam se inscrever até sexta-feira. Antes da votação, os 17 candidatos presentes tiveram um minuto para apresentar suas trajetórias e defender suas candidaturas. 

A escolha dos nomes integra uma série de medidas de valorização do tradicionalismo que a pasta vem adotando desde a troca de secretário. Em maio, foi criada a Coordenadoria de Tradição e Folclore dedicada ao segmento.

Na entrevista que concedeu ao Diário Gaúcho no mês passado, o novo secretário Eduardo Loureiro antecipou a criação do colegiado e afirmou que o objetivo era fazer uma escuta permanente desse ramo da cultura. Presente no evento, ele destacou o papel de aconselhamento do colegiado.

— Eu posso não ser um especialista na área da cultura, mas eu sei que para a gente formular políticas públicas, para a gente poder atender de uma forma satisfatória e adequada aqueles que representamos, que é a sociedade gaúcha, nós não vamos fazer isso se não ouvirmos. Sempre será uma construção coletiva — afirmou Loureiro. 

O titular também disse que a valorização do tradicionalismo não significa o abandono das demais manifestações culturais. Segundo sua fala, o objeto é elevar todos ao mesmo patamar. Esse trecho do discurso foi aplaudido pelos presentes.

Políticas Públicas

Para Denise Gress, coordenadora de Tradição e Folclore da Sedac, os colegiados têm uma importância que vai além do aconselhamento. Para ela, os grupos também podem ajudar a construir políticas públicas e apontar destinações de recursos. 

Ela comemora o destaque que o setor tem ganhado na atual gestão. 

— Embora tenham outros segmentos culturais no Estado, a nossa cultura precisa ser elevada a um patamar superior — defende.

A secretaria conta com outros 12 colegiados responsáveis por áreas como música, audiovisual e artesanato. Até então, as discussões a respeito de cultura gaúcha estavam concentradas no de culturas populares.

Antes do escrutínio iniciar, a assembleia votou a alteração uma proposta para incluir o termo "gaúcha" no nome. A proposta inicial era que o grupo se chamasse Colegiado Estadual de Tradição e Folclore. Porém, o candidato Aquiles Barbosa da Silva argumentou que esse termo poderia incluir outros setores de tradição e folclore e não apenas tradicionalismo.

— Assim (com a mudança) a gente vai ter o viés vinculado aos nosso tradicionalismo. Porque nada impede que em alguns anos, se esse colegiado for só segmentado como tradição e folclore, seja composto por pessoas da capoeira ou do carnaval, porque também eles têm a sua tradição e o seu folclore. E aí ele vai perder o viés que a gente está construindo hoje — argumentou.

Os eleitos:

Conheça os nomes eleitos ontem à tarde:

Titulares

1. Claudia Regina Ribeiro — Porto Alegre 
2. Márcio José Schneider — Campo Bom
3. Fabio Rodrigo Guaragni — Nova Petrópolis 
4. Rogério da Silva Ribeiro — Tramandaí
5. Claudia Francisca Gomes Sanna — Xangri-lá
6. José Henrique Andriotti Neumann — Uruguaiana  
7. Teo Pless Krever — Três de Maio 
8. Eziquiel Nunes Cavalheiro — Ijuí
9. Aquiles Barbosa da — Porto Alegre 
10. Edison da Silva Fagundes — Gravataí

Suplentes

1. Wendell Coellho Vareira — Camaquã
2. Aimara Bolsi — Porto Alegre 
3. Pamella Mallmann — Alvorada
4. Elma Nunes SantAnna — Porto Algre 
5. Eder Antônio de Azeredo - São Sebastião do Caí
6. Rosmari Cabreira da Rosa — Porto Alegre 
7. Tarciso de Cássio Falconi da Cunha — Porto Alegre 
8. Paulo Matukait — Porto Alegre 
9. Pedro Luíz Machado Reis — Porto Alegre

*Produção: Guilherme Freling