Fim da baldeação
Trensurb prevê para setembro retomada da operação com horário integral em todas as estações
Atualmente, usuários dependem de ônibus para percorrer trajeto entre as estações Mercado e Mathias Velho durante a noite


A Trensurb anunciou para setembro deste ano a conclusão das obras na via férrea entre Porto Alegre e Canoas. A finalização dos trabalhos permitirá que os trens voltem a operar plenamente entre as estações Mercado, em Porto Alegre, e Mathias Velho, em Canoas.
Atualmente, passageiros que precisam fazer o trajeto entre a estação do Centro Histórico de Porto Alegre e a do bairro de Canoas enfrentam baldeação no período da noite, sendo transportados no itinerário em ônibus.
O prazo foi confirmado pela empresa nesta segunda-feira (16) e faz parte de um plano estratégico de recuperação de toda a infraestrutura ferroviária impactada pela enchente de maio de 2024. Segundo a Trensurb, após a conclusão dos trabalhos, também será encerrado o contrato do serviço emergencial de ônibus gratuitos.
Até setembro, o trecho entre as estações Mathias Velho e Mercado seguirá recebendo o apoio das baldeações após as 20h, de segunda a sábado, e aos domingos e feriados, das 5h às 23h.
Aporte milionário
A Trensurb realiza obra de recuperação da linha férrea em 12 quilômetros, entre as estações Mercado e Fátima, também em Canoas. O investimento é de R$ 38,4 milhões. Conforme a empresa, cerca de 60% das obras no trecho já foram concluídas após as restrições impostas em função dos danos causados pela enchente.
O aporte total do plano estratégico de recuperação da infraestrutura até a conclusão das obras da Trensurb será de R$ 342,67 milhões (veja abaixo o valor investido em cada sistema).
- Recuperação da via férrea: R$ 38,4 milhões
- Energia elétrica de tração: R$ 88,2 milhões
- Casa de bombas da bacia metroviária: R$ 3,5 milhões
- Sinalização: R$ 16,5 milhões
- Modernização das estações: R$ 8,4 milhões
Velocidade dos trens e demais melhorias
Desde a enchente, a velocidade dos trens da Trensurb foi reduzida. A empresa constatou falhas nas subestações de energia elétrica, necessárias para que a tração — força que leva os trens pelos trilhos — esteja funcionando a pleno. Com isso, a quantidade de veículos na via ficou reduzida, o que diminuiu também os intervalos entre as saídas dos trens.
A empresa irá recuperar completamente três das cinco subestações: Fátima, em Canoas (com conclusão prevista para janeiro de 2026); Farrapos, em Porto Alegre (conclusão em junho de 2026) e São Luiz, em Canoas (previsão de entrega da obra para novembro de 2026).
Até lá, as velocidades e os intervalos entre os veículos serão progressivamente ajustados, mas ainda sem detalhamento divulgado. Essa etapa representa a maior fatia do valor investido, R$ 88,2 milhões.
Outras obras incluem sinalização viária, modernização das estações e novas estruturas para casas de bombas de drenagem de água.