Um trecho da escadaria Outono no topo do Viaduto Otávio Rocha (ou Viaduto da Borges), em Porto Alegre, será bloqueado a partir da próxima semana. A interdição, prevista para ter início na segunda-feira (14), deve durar 15 dias devido a um trabalho de impermeabilização.

O bloqueio iria começar na sexta (12), mas foi adiado. Conforme o secretário municipal de Obras e Infraestrutura, André Flores, houve dificuldades operacionais quanto ao armazenamento das pedras a serem retiradas durante os trabalhos.

Para evitar infiltrações

Na obra, o impermeabilizante será colocado no piso de degraus próximos à Rua Duque de Caxias.

— Vamos retirar os degraus de granito, colocar a impermeabilização vinílica e, depois, recolocar os degraus no mesmo lugar. Tem que ser na mesma posição porque eles são talhados à mão, são bastante antigos. O viaduto tem 92 anos — esclarece o secretário.

Flores explica que o serviço será realizado a fim de evitar infiltrações nas lojas que ficam na Avenida Borges de Medeiros e na própria escadaria.

Durante a interdição, quem quiser acessar comércios e residências locais poderá utilizar a escadaria Verão ou subir pelo sentido da Rua Fernando Machado.

Segundo Flores, assim como na Outono, a maior parte das outras três escadarias que levam ao viaduto já está impermeabilizada, faltando alguns trechos. 

— Vamos fazendo por etapas por uma questão logística. Não temos como interditar toda a escadaria e fazermos ela toda de uma vez só, porque, naquele lado, tem comércio, teatro, residências, tem a Associação Riograndense de Imprensa. No outro lado, a mesma coisa, tem restaurante, hotel, moradores. Então, precisamos ir conciliando a necessidade da obra com a logística das pessoas, com a vida urbana — afirma.

O prazo para finalizar toda a impermeabilização depende das condições do tempo, acrescenta.

Revitalização do viaduto

O Viaduto Otávio Rocha passa por uma revitalização desde o final de 2022 (confira a linha do tempo abaixo). De acordo com Flores, cerca de 80% da obra está finalizada, o que inclui, por exemplo, regularização de energia elétrica, instalação de câmeras de segurança e de corrimão e reparos na coleta de água da chuva.

O secretário pontua que a obra está em fase de acabamento nas escadarias. Há necessidade de ajustes nas salas que são acessadas pela Avenida Borges de Medeiros e nas escadas internas. A etapa que deve exigir maior atenção, destaca, é a de impermeabilização do trecho da Rua Duque de Caxias, que envolverá trabalho com paralelepípedos e afetará o trânsito na região.

Após atrasos, a conclusão da obra segue prevista para o fim deste ano.

Veja a linha do tempo

• Maio de 2022: Justiça determina saída de lojistas do Viaduto Otávio Rocha para início das obras
• Novembro de 2022: revitalização do Viaduto Otávio Rocha tem ordem de início assinada
• Dezembro de 2022: após último lojista sair, começa a obra de revitalização, com entrega prevista para maio de 2024
• Setembro de 2023: prefeitura diz que obra sairá R$ 1,15 milhão mais cara devido a um ajuste nos valores de mão de obra
• Novembro de 2023: prefeitura dá início a projeto que pretende repassar viaduto para a iniciativa privada
• Janeiro de 2024: prefeitura promete entregar um trecho do viaduto revitalizado em fevereiro daquele ano — o que não aconteceu
• Abril de 2024: prazo de entrega da obra completa muda para outubro de 2024
• Maio de 2024: um termo aditivo informa que a reforma passaria a custar R$ 17,27 milhões
• Junho de 2024: prefeitura diz que em novembro de 2024 entregaria algumas lojas que poderiam começar a ser utilizadas por comerciantes
• Setembro de 2024: prefeitura diz que obra ficaria pronta em fevereiro de 2025 com custo de R$ 20 milhões
• Dezembro de 2024: reforma das 31 lojas do viaduto é concluída, mas ainda sem utilização por parte de lojistas
• Janeiro de 2025: prefeitura admite que obra não ficaria pronta em fevereiro
• Março de 2025: Secretaria de Obras e Infraestrutura prevê que obra ficará totalmente pronta no final de 2025
• Abril de 2025: caixas de vidro que darão acesso às escadarias internas começam a ser instaladas

*Colaborou Guilherme Gonçalves