O combate à violência contra a mulher irá acompanhar as ações do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) pelo próximo ano. No início do mês, o 73º Congresso Tradicionalista, realizado em Cachoeira do Sul, escolheu a proposta da gestão de Prendas e Peões como tema anual da entidade. 

A proposição O tradicionalismo dos galpões à sociedade: Movimento Tradicionalista Gaúcho e o combate à violência contra a mulher no Rio Grande do Sul foi aprovada por 109 dos 222 votos disputados. 

O objetivo é inserir nos galpões a discussão a respeito de equidade de gênero, da valorização da mulher e da prevenção à violência, diz o texto. Com isso, deverão ser realizados palestras, seminários e outras iniciativas para conscientizar os tradicionalistas sobre o assunto. 

Para a 1ª Prenda do MTG-RS, Laura Laís Durli, essa discussão vem ao encontro do primeiro objetivo da entidade, previsto na Carta de Princípios, espécie de constituição do MTG.

— Temos o papel de dar uma educação para os nossos jovens para que as meninas consigam reconhecer quando estiverem passando por uma situação de abuso e para que elas entendam que jamais um ato de violência pode ser traduzido como um ato de amor — afirma. 

Alcance 

Hoje, são mais de 1,7 mil entidades vinculadas ao MTG, presentes nos 497 municípios do Estado. Laura entende que essa presença nas comunidades oportuniza a formação de uma rede de apoio em torno da causa: 

— A gente sempre fala da questão de formar cidadãos dentro de nossas entidades. Muitos de nossos afiliados são profissionais como médicos, advogados, psicólogos, que podem formar essa rede de apoio multidisciplinar. 

Ex-presidente do MTG e atual coordenadora da 4ª Região Tradicionalista, Ilva Maria Goulart elogia a escolha. Para ela, esse tema fortalece a sua função social do MTG: 

— O movimento tradicionalista tem a função de preservar costumes, mas não está encurralado num local pensando no passado. Ele está no meio da sociedade. Se cada um atuar na sua comunidade, na sua região, é bem mais fácil de dar uma ajuda e parar com a violência.

*Produção: Guilherme Freling