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Projeto em São Leopoldo busca ajuda para reconstruir orquestra

Coopercultura é opção para jovens da periferia se aprimorarem nas artes, mas depende de patrocínios 

11/09/2025 - 14h32min


Diário Gaúcho
Diário Gaúcho
Nelci Dias Menezes/Divulgação CooperCultura
Iniciativa quer lançar grupo de flautistas.

Na periferia de São Leopoldo, região metropolitana de Porto Alegre, a Cooperativa Popular Cultural (CooperCultura) tem um histórico de atividades voltadas à educação e à cultura. O foco principal do projeto é fazer com que os jovens tenham melhores perspectivas de futuro e se profissionalizem por meio da arte. Entretanto, para seguir promovendo essas ações, buscam ajuda. 

No início da história da cooperativa, foi criada a Orquestra Rouxinol, que se manteve em atividade por três anos. O grupo enfrentava dificuldades por ser uma atividade voluntária, sem remuneração para esses jovens. Por causa disso, a Rouxinol foi tendo seu número de participantes reduzido com o passar do tempo, por muitos desses jovens precisarem buscar algum tipo de emprego para ajudar nas contas de casa. Até que, em 2014, por pouca adesão, as atividades foram encerradas

Há dois anos, a CooperCultura tem parceria com o projeto de extensão Presente Arte: uma Sinfonia para o Futuro, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS). Através dele, os alunos são levados a concertos e apresentações musicais. Com o auxílio dos estudantes e professores da UFRGS, a ideia é retomar as atividades e lançar uma orquestra de flautistas na cooperativa. 

Apesar do esforço, eles estão em busca de empresas parceiras que possam auxiliar no financiamento das atividades. Segundo o presidente da CooperCultura, José Leopoldo, os alunos que participam das oficinas do local acabam tendo de comprar seus próprios instrumentos, e a orquestra seria “a espinha dorsal do projeto”. 

José Leopoldo/Divulgação Coopercultura
Sede da cooperativa foi reformada com recursos doados por leitores do Diário Gaúcho.

Ele conta que houve algumas tentativas de encontrar patrocinadores para o grupo, mas sem sucesso. O presidente ainda ressalta a importância desses investimentos para os alunos, para que eles tenham remuneração e continuem participando. 

— Fizemos muitos contatos para patrocínio, mas tivemos muitas negativas. Muitos dos alunos, quando chegam aos 15, 16 anos, vão para trabalhos mais formais para ajudar as famílias — completa.

Fonte de renda 

Em outras reportagens do DG, já foi mostrada a situação da cooperativa e a necessidade de auxílio financeiro. Graças a essa divulgação, o projeto recebeu doações que ajudaram no andamento das obras da sede, por exemplo. 

A CooperCultura nasceu de uma oficina de música realizada na Associação de Moradores da Vila Paim em 2011, e desde 2016 funciona como sociedade cooperativa de cultura, sem fins lucrativos. O projeto tem como objetivo a valorização e a profissionalização de jovens da periferia de São Leopoldo, para que eles não se percam na violência da região. 

Em sua sede, há salas de aula, biblioteca e cozinha, onde os alunos podem estudar e se desenvolver artisticamente. Mesmo com as dificuldades enfrentadas, a cooperativa já participou de várias atividades culturais na cidade, como Festival CulturAqui Periferia, Serenata de Natal e Esquina da Cultura. 

— A gente perde muitas crianças e jovens para o crime por falta de oportunidades, então, o norte do projeto é habilitar eles para as artes — comenta José. 

A expectativa para o futuro gira em torno de encontrar algum parceiro que possa auxiliar financeiramente as atividades. O desejo do grupo é de que possam capacitar cada vez mais jovens e que o trabalho dê retorno financeiro aos alunos. 

— A ideia é gerar trabalho e renda para eles — finaliza.

Como ajudar

Acesse e conheça mais sobre o projeto no Instagram

Para auxiliar com doações, entre em contato pelo número (51) 99258­7818.

*Produção: Gabriel Vieira


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