Piquetchê do DG
Com composições premiadas em festivais, Aline Bosa celebra carreira com o Grupo Entreveiro
Inspirada por nomes como Berenice Azambuja, Aline Bosa fala sobre o início da carreira, as canções que marcaram sua trajetória e o novo momento do trabalho


Entre a advocacia e os palcos, Aline Bosa encontrou na música gaúcha o verdadeiro sentido da sua trajetória. Natural de Espumoso, mas com o coração soledadense, a cantora e compositora transformou a paixão em carreira profissional e, há quatro anos, conduz o projeto Aline Bosa e Grupo Entrevero. Inspirada pelo legado de Berenice Azambuja, ela vem conquistando espaço nos festivais e nas plataformas digitais.
Aline iniciou o contato com a música aos nove anos, quando começou as aulas de violão. Formada em Direito, atuou como advogada por 12 anos antes de decidir se dedicar à arte.
– Entre a infância e o lançamento do projeto, tive várias passagens em bandas de bailes, bandas regionais e trabalhos de voz e violão. Mas, minha paixão sempre foi a música gaúcha, muito inspirada pelo estilo e força de Berenice Azambuja – conta.
O reconhecimento do público veio com Varrendo o Tempo, sua segunda composição autoral. A canção, inspirada em sua própria história, foi destaque na Tertúlia de Santa Maria e premiada no festival de Caçapava do Sul, além de ganhar um videoclipe e participação no programa Galpão Crioulo, da RBS TV.
– Ela mostrou um indicativo que meu trabalho merecia a atenção que eu gostaria de dar e me incentivou a seguir – relembra.
Desde então, Aline e grupo somam mais de 10 músicas autorais lançadas. Entre elas, Em Nome do Pai, que fala sobre a tradição do benzimento, tema que a artista trata com respeito e admiração.
– É uma canção que representa a sabedoria das pessoas simples do Interior, essa herança ancestral que eu tanto respeito – explica.
A composição, feita em parceria com Rodrigo Rodrigues, foi premiada no festival Acordes do Pampa em Canção, de Rosário do Sul.
Aline ficou entre os três artistas mais votados como Revelação da Música Gaúcha em 2024, no prêmio promovido pelo Repórter Farroupilha.
– Eu não esperava nem a indicação. Me concentro tanto no meu trabalho que eu não paro para analisar o que está acontecendo ao meu redor. Foi um presente para mim, foi uma surpresa ficar entre os três mais votados – comenta.
Nesta terça-feira (04), a partir das 20h30min, a cantora participa do espetáculo O Grande Encontro – Música dos Gaúchos, ao lado de nomes consagrados. Para ela, a experiência é motivo de realização:
– Não vejo pelo lado da vaidade, mas como uma criança realizando um sonho. Volto àquela menina que cantava em cima de uma carroça com um sabugo de milho como microfone, e agora vai dividir o palco com seus ídolos – diz.
Outro marco da carreira é a parceria com Lara Rossato e Su Paz na música Tudo Se Ajeita, que já ultrapassou 2 milhões de acessos. A letra nasceu de um momento delicado, quando a mãe de Aline recebeu o diagnóstico de câncer.
– Foi uma paulada. Mas, naquele dia, ouvi da minha companheira: “calma, tudo se ajeita”. À noite, escrevi o refrão. É uma mensagem de otimismo para quem está passando por uma situação difícil.
A artista também se dedica a projetos culturais, como o Elas Cantam Soledade, viabilizado pela Lei Aldir Blanc. Paralelamente, atua como professora de canto, violão e declamação, orientando 18 alunos – alguns até já participam de festivais.
Após a perda da mãe, há três meses, Aline define este momento como um renascimento.
– Foram dois anos e meio de muita luta e dedicação à ela. Nesse tempo ela foi a prioridade. A partir de agora vou me dedicar ao meu trabalho, até em questão de agenda. É tempo de ressignificar meu trabalho através do amor da minha mãe – finaliza.
Para conhecer mais do projeto Aline Bosa e Grupo Entrevero, acesse a página do Instagram.