Rubem Berta
Conheça o coletivo de Porto Alegre que está entre os destaques do Prêmio Periferia Viva
Espaço Marlon e Marcelinho foi a única organização gaúcha a figurar entre as 30 instituições selecionadas para receber verba.


Ao longo de 2025, projetos comunitários do Brasil participaram do Prêmio Periferia Viva, promovido pelo Ministério das Cidades. Foram cinco meses de disputa por um aporte financeiro do governo federal. Uma categoria nova neste ano foi a votação popular que, ao fim do processo, destacou 30 iniciativas vencedoras, sendo uma delas gaúcha.
A etapa inicial contabilizou mais de 2,5 mil inscritos. Sediado no bairro Rubem Berta, zona norte de Porto Alegre, o Espaço Marlon e Marcelinho foi um deles. Após se classificar para a etapa final, garantiu lugar entre os vencedores na nova categoria, conquistando a nona colocação.
Com cinco anos de história, o grupo funciona como um ponto cultural da comunidade, sempre alinhando suas atividades a uma busca por impacto social e valorização do seu território. Catarina Machado, uma das representantes do projeto da Capital, fala sobre a expectativa que ela e seus colegas sentiram com a possibilidade de estar entre as principais iniciativas de periferia do país:
– A gente leu o edital e entendeu que poderíamos nos lançar nesse desafio. Na primeira lista de aprovados, ficamos em 125.
Após esta fase inicial e a aprovação para a etapa seguinte, eles enfrentaram os desafios do voto popular. Como estar entre os 30 mais votados dentre as mais de cem iniciativas de todo o Brasil? Um trabalho essencial foi o boca a boca na comunidade, engajando os moradores da região.
– Começamos a mobilizar as pessoas, todo o coletivo falando com amigos, com parceiros. Fizemos aquele porta a porta, fomos para a parada de ônibus, para os supermercados – conta Catarina sobre a estratégia que deu certo.
Ressignificar
O grupo nasceu a partir de um mobilização para limpar um lixão que havia naquele espaço, erguendo ali o projeto. Hoje promove diversas atividades para todas as faixas etárias, desde aulas de música para crianças até oficinas de letramento digital para os mais velhos.
– A ideia primária era acabar com o lixo e transformar num espaço de convivência. Começamos a fazer os mutirões, mas passava uma semana e estava cheio de lixo de novo. Na pandemia, conseguimos juntar mais pessoas – conta Arthur Nunes, um dos fundadores do espaço.
Em meio às doações enviadas por entidades e artistas, ganharam um contêiner, no qual foi possível instalar de vez o projeto. Catarina resume que a prioridade do grupo é trazer melhores oportunidades para as pessoas da Cohab Rubem Berta:
– No centro do nosso trabalho social, está a educação antirracista e ambiental, a cultura e a geração de renda.
Formação musical para a garotada
Durante esses três últimos meses do ano, o espaço iniciou aulas de percussão para as crianças. As atividades ocorrem nas quartas-feiras à tarde e aos sábados pela manhã. O professor Douglas Garcia, que também é mestre de bateria da Escola de Samba Imperatriz Dona Leopoldina, explica que a dinâmica das aulas é muito mais do que aprender a tocar os instrumentos:
– A gente tem a dinâmica tanto da teoria, as notas e partituras, quanto a parte da prática, que é ensinar mesmo o instrumento. Despertar neles a coordenação motora, ritmo, criatividade, o trabalho em equipe.
Os instrumentos utilizados são doações da escola de samba, mas o grupo ainda está em busca de mais opções para as aulas. A criançada comprou a proposta das oficinas, conta Arthur, e em pouco tempo já apresenta domínio dos instrumentos, mostrando o impacto positivo da construção de ambientes educativos para a comunidade.
– Eles saíram do zero – resume.
Cursos e atividades
O espaço oferece atividades para todas as idades, envolvendo trabalho social, educação antirracista, cultura e geração de renda. Algumas das ações oferecidas são:
/// Aulas de percussão para crianças
/// Cursinho pré-vestibular Lanceiros Negros
/// Encontros e rodas de conversa com mulheres da comunidade
/// Curso de letramento digital
/// Curso de gastronomia popular e comunitária, em parceria com a cozinha solidária, localizada no bairro vizinho, Mario Quintana
Doações
/// Apesar do prêmio, o Espaço Marlon e Marcelinho necessita de doações para viabilizar as aulas. Para mais informações de como doar, entre em contato com Catarina Machado através do WhatsApp (51) 98440-7101
/// Doações podem ser feitas pela chave Pix CNPJ 56.481.360/0001-07
/// Conheça mais sobre o projeto acessando o Instagram @marlonemarcelinho