Única equipe brasileira
Alunos de escola pública de Bagé têm projeto aprovado em concurso da Nasa
Agora, grupo precisa construir um protótipo de carrinho movido a pedaladas; para viabilizar a viagem, eles organizam campanha de doações
Alunos da Escola Estadual de Ensino Médio Frei Plácido, de Bagé, na Campanha, tiveram um projeto aprovado pela Agência Espacial Norte-Americana (Nasa). Eles foram a única equipe brasileira a ser selecionada no Human Exploration Rover Challenge (Herc), iniciativa que incentiva estudantes a projetar, desenvolver, construir e testar tecnologias de exploração espacial. Mais especificamente, rovers (pequenos veículos) movidos com a força humana.
Neste ano, 61 projetos de 30 países foram aprovados. A ideia dos alunos de Bagé é criar um veículo movido pela força humana — a pedaladas — para percorrer terrenos similares ao de Marte e da Lua.
Depois de ter a parte teórica aprovada pela Nasa, agora os alunos têm pela frente outras etapas: projetar, construir e testar esse carro. Tudo precisa ficar pronto até abril do ano que vem, quando o concurso ocorre, nos Estados Unidos.
Isabélli Simon Marques, 15 anos, uma das alunas do grupo, foi quem tomou a iniciativa de convidar os colegas e realizar a inscrição — ela cursa o técnico em Mecânica. No Instagram, Isabélli mantém o perfil @lugardeciencia, no qual fala sobre temas relacionados ao universo científico. Por ali, ela pretende mostrar, também, o passo a passo até o concurso internacional.
— Desde 2020 eu tenho acompanhado o site da Nasa pelas curiosidades. Assim surgiu o meu perfil. Mas não é legal só olhar, também é legal se envolver. Então, eu estava buscando oportunidades. Encontrei essa, que é voltada para estudantes internacionais. Achei muito legal. Agora, no Ensino Médio, consegui me inscrever e está dando tudo certo — conta.
Também fazem parte do grupo os estudantes Sofia Cuadros, Bernardo Flores Freitas e Carlos Eduardo Munhoz Ferreira — todos do 1º ano do curso técnico em Mecânica, integrado ao Ensino Médio. Eles são coordenados pelo professor Rodimar de Oliveira, que é só orgulho dos pupilos:
— Me sinto extremamente orgulhoso. É o primeiro ano deles dentro da escola técnica e já aprovaram um projeto dessa dimensão. Nós só temos que abraçar, mesmo, e trabalhar junto com eles. Estamos aí, manhã tarde e noite trabalhando em cima do projeto.
Mas eles têm, também, outra missão: conseguir apoio financeiro para viabilizar a viagem. A estimativa do grupo é de que sejam necessários R$ 200 mil. Eles pretendem solicitar apoio do Estado, mas já começaram uma campanha de arrecadação para dar entrada na documentação necessária. Saiba como doar no Instagram.