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Educação: saiba qual a importância da participação dos pais na vida escolar do filho

Isso não significa só levar ou buscar no colégio, mas estar disposto e atento ao dia a dia do estudante

18/08/2017 - 20h48min

Atualizada em: 18/08/2017 - 20h49min


Cristiane Bazilio
Cristiane Bazilio
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Cristiane não descuida da rotina da filha Julia na escola

As férias escolares acabaram e, com elas, as dos pais dedicados que fazem questão de participar da vida escolar dos filhos. E isso não significa só levar ou buscar no colégio, mas estar disposto e atento ao dia a dia do estudante. Pais engajados podem formar alunos mais seguros em sala de aula, acredita a pedagoga Cristiane Vieira, professora de Pedagogia da Feevale, que ressalta:

– Isso estabelece vínculos de compromisso, de importância e de segurança para a criança.

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Mas tudo tem limite, e com essa interação não é diferente. Saiba até que ponto é saudável essa interferência e como um olhar interessado dos pais pode não apenas auxiliar na formação do filho mas sinalizar perigos e ciladas típicas da idade escolar.

Vigilância permanente

Mãe de um filho adolescente e de uma menina em fase de alfabetização, a contadora Cristiane Muraro, 39 anos, de Alvorada, se diz “daquelas mães chatas”:

– Eu participo, vou a reuniões, reivindico, converso com a coordenadora, quero saber o que está acontecendo. Em casa, cobro deles, sento junto para fazer o dever. Sei que é importante para o crescimento deles.

A caçula, Julia Kruschke da Silva, seis anos, está no primeiro ano do ensino fundamental, enquanto o primogênito, Eduardo Muraro, 16, cursa o primeiro ano do ensino médio. A diferença de idade e de personalidade dos manos faz com que Cristiane tenha uma postura diferente com cada um, mas sem deixar de lado o interesse pela rotina escolar dos dois.

– Eu estou muito mais participativa com ela do que fui com ele. Depois da escola, sentamos para fazer os temas. Eu ajudo, mostro o que ela fez errado, peço para fazer de novo. Às vezes, ela quer desistir e eu puxo para continuar. O Eduardo nunca teve tanta necessidade porque é mais autossuficiente e eu era muito jovem quando tive ele. Mas, mesmo sem precisar, ainda vou buscar o boletim e quero saber como estão as coisas – conta a mãe.

Cristiane admite que, em casa, cabe a ela a responsabilidade de puxar a corda das crianças na hora dos estudos. O marido, o auxiliar de cobrança Maurício da Silva, 40 anos, até já tentou, mas a função acaba centralizada na figura materna:

– Ele vai na escola e nas festividades, mas a parte de cobrança é comigo mesmo. Ele até já tentou fazer os temas com a Julia, mas não deu certo, tem que ser eu, porque tenho mais paciência.

Para a contadora, o fato de os dois estudarem em escolas públicas reforça a necessidade de ela se fazer presente nas obrigações dos filhotes:

– Não temos condições de pagar colégio particular, então, tenho que ficar em cima porque o colégio público é falho em muitos pontos. Se deixar só na mão da escola, os jovens ficam muito soltos, por isso, cobro muito. Tento mostrar que a educação é fundamental para o futuro deles.

Atenção aos sinais

Para a professora da Feevale, o acompanhamento dos pais é saudável e necessário em todas as etapas da vida escolar.

– Normalmente, quando o aluno está em alfabetização ou na educação infantil, os pais são muito participativos. Mas quando o estudante vai crescendo, esses mesmos pais vão desaparecendo. Talvez porque achem que o filho já tem autonomia suficiente para caminhar sozinho, mas não é assim. Continua sendo importante que o acompanhamento continue – ressalta Cristiane Vieira, que ainda orienta:

– Pergunte como foi o dia, o que ele gostou na escola, se aconteceu algo ruim. Questionar tem que ser rotineiro. O retorno que ele vai dar pode sinalizar alguma coisa com a qual deva ficar atento. Essa atenção permite perceber se tem algo errado, como uma situação de bullying, por exemplo. Às vezes, uma depressão ou não querer ir para a escola de jeito nenhum podem ser sinais.

Limites

Mas preocupação também tem limites, de acordo com a pedagoga. E, nesse caso, quem vai dar o sinal de alerta é a própria criança:

– Se o filho mostrar que está incomodado, constrangido, se pedir repetidamente que não vá de novo até a escola, é hora de parar. Se a escola sinalizar que, naquele momento, a mãe ou o pai não precisam estar lá, é porque o cuidado está passando do ponto. A criança não vai mudar o ritmo de aprendizado pela interferência da mãe e, às vezes, pode até piorar.



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