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Com que peruca eu vou?

Conheça a história de Flavia, que criou um projeto para ajudar mulheres a enfrentar o câncer

Enquanto a arquiteta fazia tratamento seu melhor remédio foi o bom humor

23/10/2015 - 07h06min

Atualizada em: 23/10/2015 - 07h06min


Fotos: Mateus Bruxel / Agência RBS

Câncer não é escolha. Bom humor, sim. A arquiteta Flavia Maoli, 28 anos, moradora do Centro, enfrentou, em 2011 e 2013, um câncer agressivo nos linfomas e, com ele, o tratamento: quimioterapia e transplante de medula. Vaidosa, começou a perder os cabelos e, neste período tão delicado, sentiu falta de dicas de como se cuidar e se manter bonita. Assim, criou o blog alemdocabelo.com e, logo depois, o projeto Camaleão.

Resgatar a vaidade de mulheres diagnosticadas com qualquer tipo de câncer e elevar sua autoestima são os objetivos do diário virtual e do projeto de Flavia.

Câncer de mama: para prevenir, conheça seu corpo

- Se você sai careca e não quer que te olhem com cara de pena, tem que estar de cabeça erguida, confiante, de bom humor e, de preferência, bem-vestida e maquiada - argumenta a camaleoa, hoje curada. 

Flavia estava em tratamento em 2013 quando resolveu criar o blog Além do Cabelo, com dicas de moda, beleza e saúde que, logo, se tornou sucesso entre as pacientes. De olho no que ela postava, as mulheres começaram a mostrar nas redes sociais o que aprendiam com o exemplo da arquiteta.No final de 2013, Flavia conheceu o psicólogo Leon Golendziner, 28 anos, do Bom Fim, e o administrador Bruno Kautz, 29 anos, do Bairro Rio Branco, que, com as suas formações, sempre sonharam em contribuir com um projeto social. Assim, eles e a arquiteta criaram o projeto Camaleão, uma espécie de feira de beleza e autoestima para pacientes com qualquer câncer.


Durante o tratamento, Flávia não deixou a autoestima de lado. Foto: Arquivo Pessoal

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Identificação
Nestes eventos, que acontecem de dois em dois meses, as participantes ganham consultoria de imagem e assistem a palestras com psicólogos e maquiadores. A gerente comercial Claudia Schilling, 35 anos, do Bairro Petrópolis, descobriu que tinha câncer de mama e começou a frequentar as palestras.

- Eu estava em processo de descobrir a doença na minha vida, queria me encontrar e dividir esta experiência com muito bom humor. Lá, achei tudo isso - conta ela.

Nos encontros, as pacientes também aprendem a maneira correta de usar as perucas que fizeram tanto sucesso na cabeça de Flavia:


Camaleoa, hoje curada. Foto: Mateus Bruxel / Agência RBS

- É gratificante mudar a vida destas pessoas, seja vendo uma troca de foto no Facebook delas, engajadas na causa, ou virando suas confidentes. O projeto me presenteou com seis grandes amigas.

Grandes aliadas
Perucas ditam moda na cabeça de estrelas como Lady Gaga e Cher e ficam cada dia mais naturais. Com esse pensamento, Sandra Masiero, 39 anos, do Bairro Cristal, se engajou na causa: sua empresa, além de higienizar e restaurar perucas, confecciona novas peças. Pacientes com câncer de mama podem ter acesso a este serviço pelo banco de perucas do Instituto da Mama do Rio Grande do Sul (Imama), do qual Sandra é voluntária.

- Mulheres que estão fazendo tratamento pelo Sus precisam ter acesso às perucas durante a quimioterapia. Isso ajuda a elevar a autoestima - defende ela, que ganha coro da médica oncologista do Hospital Moinhos de Vento Daniela Dornelles, também voluntária do Imama:

- Além de melhorar a autoestima, a peruca serve como uma proteção. Tem dias em que a paciente não está a fim de que fiquem olhando para ela, quer ficar quieta. E a peruca, nestas horas, é a melhor aliada.

Projeto camaleão
/// Acompanhe pelo Facebook ou mande e-mail para contato@projetocamaleao.com.

/// A equipe recebe seu e-mail e, em seguida, dá o retorno dizendo se você se enquadra no perfil do projeto.

Como ter acesso gratuito à sua nova cabeleira
/// Leve seus exames com diagnóstico de câncer de mama até o Imama (Ramiro Barcelos, 850) e escolha a peruca que preferir.

/// Pacientes em tratamento podem ficar com a peça o tempo que for necessário sem custo algum. Mas, depois, é preciso devolvê-la.


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