Noveleiros
Saiba como foi o último capítulo de Novo Mundo
Licenças poéticas à parte, a trama foi também uma verdadeira aula sobre o período pré e pós Independência
Sabe aquela dorzinha no coração que dá quando uma novela boa acaba? Pois é essa a sensação depois que foram ao ar as últimas cenas de Novo Mundo. Foram seis meses de muita aventura e emoção. Licenças poéticas à parte, a trama foi também uma verdadeira aula sobre o período pré e pós Independência.
O último capítulo começou com muita tensão, depois do gancho desesperador de sábado. Thomas (Gabriel Braga Nunes) voltou dos mortos e capturou Anna (Isabelle Drummond) no dia da coroação de Dom Pedro (Caio Castro), com a Igreja repleta de convidados. Com a mocinha na mira, o vilão deu a Joaquim (Chay Suede) a escolha mais difícil de todas: a vida de sua amada ou de seu irmão?
Quando tudo parecia perdido, Anna recuperou sua essência de guerreira e desarmou o malvado. Por pouco, a mocinha não se tornou uma assassina, com Thomas na ponta da faca. Mas Piatã (Rodrigo Simas) e Joaquim a convenceram de que não valia a pena sujar as mãos em alguém tão desprezível.
Um dos desfechos mais realistas, por incrível que pareça, foi o do núcleo indígena. Em meio à cerimônia que o consagrava pajé da tribo Tucaré, Piatã teve uma sinistra visão: o mal tocando a floresta e uma "doença" terrível tocando seu povo. Infelizmente, o futuro previsto pelo personagem se faz cada vez mais presente na realidade.
Vilões castigados
Depois de ser preso, Thomas foi transportado em um navio, mas tentou fugir durante a viagem. Em alto-mar, o vilão foi surpreendido pelo bando do pirata Fred Sem Alma (Leopoldo Pacheco), que deu um fim a seu maior rival.
Outro que se deu muito mal no último capítulo foi Sebastião (Roberto Cordovani). Depois de ser salvo de um incêndio em sua casa pelo genro Libério (Felipe Silcler), o malvadão passou a vagar como um louco pelas ruas. Em uma cena memorável, tomou um banho de fezes ao esbarrar em escravos.
Patrício (André Dias) também teve o fim que merecia. Expulso do palácio após ter suas falcatruas descobertas, ele teve que se sujeitar a Germana (Vivianne Pasmanter) e Licurgo (Guilherme Piva), que fizeram do ex-mordomo seu novo escravo.
Grande atriz
A consagração de Elvira Matamouros (Ingrid Guimarães) foi um dos melhores momentos da trama. Ela saiu em turnê com uma companhia teatral ao lado de Hugo (César Cardadeiro) e do pequeno Quinzinho (Theo de Almeida). Fofíssimo, como sempre, o menino roubou a cena ao se intitular Quinzinho Martinho, "grande filho".
Tom de esperança
Em mais um paralelo perfeito entre ficção e realidade, século 19 e século 21, Diara (Sheron Menezzes), com seu filho com Wolfgag (Jonas Bloch) nos braços, banhava o bebê nas águas do rio e deseja que ele tenha um futuro igualitário, sem ser julgado pelo tom de sua pele ou por sua origem.
Por fim, os dois casais que reinaram durante a novela, Leopoldina (Letícia Colin) e Pedro, Anna e Joaquim, apareceram felizes e à espera de novos herdeiros. O discurso do quarteto principal manteve o tom de esperança em um futuro melhor. A mensagem da trama nesse último capítulo cabe perfeitamente aos dias atuais, ainda que a novela tenha se passado em 1822. Nunca uma novela de época foi tão atual.