Só se fala noutra coisa
Guri de Uruguaiana conta como conheceu o Licurgo: "Tem uma dívida de sangue comigo"
Os curiosos causos que tu não pode deixar de perder, tchê!
Buenas, chê! Semana passada eu contei aqui o curioso causo do Licurgo, o Gaúcho Emo, que após ser traído pela antiga namorada, nunca mais pronunciou uma palavra. Acontece que muitos leitores ficaram curiosos e me perguntaram: afinal de contas, como eu conheci o Licurgo?
Pois bem, após perder o emprego na rádio Bagual FM, perder a namorada e perder a voz, o nosso querido bagual gótico ficou mais perdido do que surdo em bingo.
Novos ares
Assim, ele decidiu se mudar de Santa Margarida do Sul para Canguçu, onde arrumou um emprego de segurança em porta de baile. Nem preciso dizer que, com aquela altura, só conseguiu emprego na porta de baile infantil. Certa tarde, o bagual foi tentar apartar uma confusão e acabou levando a pior de uns piás da terceira série — gente traiçoeira por demais. Ele acabou jogado na beira de uma estrada , amarrado com uma corda de pular, enquanto as crianças brincavam de tiro ao alvo, jogando no coitado todas as surpresas de Kinder Ovo das quais não se agradavam. Que decadência!
Negociação
Sucede que, naquele exato momento, eu passava pela mesma estrada. Ao ver aquele rebuliço, fiquei chocado — não pelo fato de as crianças terem conseguido amarrar o Licurgo, pois isso qualquer criança da terceira série conseguiria — mas, sim, com a aparência daquele bagual. Tive que usar toda a minha habilidade de negociador, mas no fim, consegui trocar a liberdade do Licurgo por três figurinhas da Copa, uma bergamota e um botão puxador de três camadas. Daquele dia em diante o Licurgo passou a ter comigo uma dívida de sangue e se tornou o meu ajudante, meu fiel e mudo escudeiro, com a função de carregar minhas malas, preparar o mate e acordar cedinho nos domingos pra gravar o Galpão Crioulo. Que barbaridade!
Correio Amoroso
Guri, minha namorada sempre reclama que eu preciso ter mais atitude. O que isso significa? (Eduardo Schonart — Sapiranga)
Olha, Eduardo, a grande verdade é que mulher gosta mesmo é de homem que manda! Homem que manda flores, homem que manda chocolate, homem que manda para o shopping com o cartão de crédito... Essa é a atitude que toda prenda espera de um bagual.
Por falar em chocolates, um compadre me perguntou o que a Sílvia Helena tinha ganhado de Dia dos Namorados. Eu respondi na lata: oito quilos! Bah! Levei ela pra um jantar romântico, numa churrascaria rodízio! Que barbaridade!
Causos da Fronteira
O gaudério chega na padaria e pergunta:
— Tchê, tem cacetinho?
O padeiro responde:
— Só tem pão dormido!
— Ah, então acorda cinco aí pra mim.
TIRINHA