Segredos de Bastidor
Além do jornalismo, conheça a outra paixão de Giane Guerra e de Jocimar Farina
Jornalista é uma exímia dançarina, fez dez anos de aula de flamenco e quase foi de mala e cuia para a Europa por conta da paixão
No jornalismo, Giane Guerra, 38 anos, é o que se convencionou chamar de multiplataforma, aquele profissional que trabalha, ao mesmo tempo, nas mais diferentes mídias: jornal, televisão, rádio e internet. No começo da carreira, sua voz ficou conhecida na Rádio Gaúcha (600 AM e 93.7 FM), com reportagens sobre economia. Depois, virou colunista de GaúchaZH e do jornal Zero Hora, no espaço Acerto de Contas. Mais recentemente, estreou como comentarista do Jornal do Almoço, da RBS TV.
Quem ouve, lê e assiste às dicas da Giane sobre economia, acreditaria se ficasse sabendo que, na adolescência, ela quase se mudou para a Espanha, para estudar flamenco? Segredos de Bastidor traz esta e outras revelações sobre uma das jornalistas mais conhecidas do público gaúcho.
O despertar
Ainda na infância, Giane Guerra viu despertar seu amor pela dança. Inicialmente, começou com aulas de balé, aos nove anos. Porém, foi aos 13 que descobriu sua paixão: o flamenco, gênero musical ou de dança, originário da Espanha. Na época, Giane morava em Gravataí e enfrentava uma maratona para fazer as aulas.
— Pegava um ônibus até o centro de Porto Alegre, caminhava mais uns 20 minutos, da Voluntários da Pátria até a Osvaldo Aranha, ensaiava e fazia o trajeto de volta para Gravataí. Com 13 anos e, às vezes, quatro vezes por semana — lembra a jornalista.
Por 10 anos, ela fez aulas de flamenco, em um dos locais mais tradicionais da Capital, o Tablado Andaluz.
— O flamenco é minha paixão, faz parte da minha formação, foi importantíssimo na minha adolescência. Muitos ensaios, convivências bacanas. Então, naquela época, quase me mudei para a Espanha para estudar flamenco por um tempo. Mas aí, conheci o Joci (Jocimar Farina, repórter da Rádio Gaúcha e de GaúchaZH, de quem Giane é par há 17 anos) e fiquei... — relembra a jornalista.
O amor de Giane pelo flamenco é tanto que ela abordou a dança até em seu trabalho de conclusão na Faculdade de Jornalismo da PUCRS, em 2002.
— Fiz uma análise semiótica (sobre o significado) do flamenco — relembra.
A rotina de "gente grande", junto com as suas três paixões (ela é casada com Jocimar desde 2011, e eles são pais de Atena, seis anos, e Gael, quatro), fez com Giane se afastasse do flamenco.
— Hoje, tenho dificuldade de retornar, pois as aulas são bem puxadas, há muitos ensaios. Até hoje, quando estou parada, de pé, começo a sapatear um pouco. Ouço o sapateado e sei fazer. Agora, estou até pesquisando escolas para voltar. Mas ainda estou em uma fase de querer ficar bastante com as crianças. Acho que criança precisa tanto de quantidade quanto de qualidade de tempo — afirma a jornalista.
Para curtir
Mesmo assim, Giane não deixou a paixão pela dança de lado. Há cerca de 10 anos, o casal começou a fazer aulas de dança de salão no bairro Jardim Botânico, zona leste da Capital, onde moram. Quando os filhos nasceram, tiveram que dar uma pequena parada, mas, depois, voltaram com tudo. Os pequenos, inclusive, acompanham os pais nos ensaios, hoje em dia.
— Aliás, outros pais também levam (os filhos), o que é ainda melhor. Dançamos zouk (estilo que teve origem no Caribe), salsa, bolero, samba de gafieira, forró... Não somos profissionais. É para curtir mesmo — ressalta a jornalista-dançarina, cheia de humildade.
Em um dos momentos mais importantes da vida de Giane e Jocimar, o casamento não poderia deixar de ter uma coreografia especial. Na cerimônia, em 2011, os jornalistas bailaram ao ritmo de flamenco, bolero, tango e zouk, criada em parceria com o professor dos dançarinos, Paulo Pinheiro, uma das referências em dança na Capital. Em tempo: chegado o tão esperado dia, “foi um estresse”, como ela lembra, aos risos:
— Como eu tenho formação flamenca, de espetáculo, de ensaio, naquele dia, eu “baixei a bailarina ferrenha” e cobrava muito do Joci. E o professor defendia ele e brigava comigo, era uma zona.
E ela ainda revela mais um segredinho:
— E tem um detalhe: no flamenco, é a mulher quem decide a dança, faz o que quer. Na dança de salão, ela só obedece, o cara é quem manda. Foi “muuuuuito” difícil me acostumar. Hoje, sou bem “facinha”. Me deixo ser guiada. Mas foram alguns anos (até chegar nisso) — afirma Giane, para, em seguida, se derreter para o parceiro:
— Eu e Joci adoramos dançar, é onde nos conectamos.