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Rio de Janeiro

Michele Vaz Pradella: Humor e alegria eram a marca registrada de Jorge Fernando

Ator e diretor morreu na noite de domingo, aos 64 anos

28/10/2019 - 10h25min

Atualizada em: 28/10/2019 - 10h56min


Michele Vaz Pradella
Michele Vaz Pradella
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Renato Rocha Miranda / TV Globo/Divulgação

Não há como lembrar de Jorge Fernando sem deixar escapar um sorriso. Isso porque a alegria era a marca registrada do ator e diretor, que imprimiu em cada trabalho o profissionalismo e o humor que o acompanharam até o fim da vida. 

Se através do texto cada autor impõe seu estilo característico, o diretor é quem dá o tom certeiro para que o trabalho faça sucesso. Assim, é fácil identificar, por exemplo, a fotografia marcante de Luiz Fernando Carvalho, e a precisão de Dennis Carvalho. E, quando o assunto é fazer rir, ninguém acertou mais do que Jorge Fernando.

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A clássica cena da guerra de comida entre Charlô (Fernanda Montenegro) e Otávio (Paulo Autran), em Guerra dos Sexos (1983) foi orquestrada por Jorginho. Ainda nos anos 1980 e início da década de 1990, passaram pelas mãos dele grandes trabalhos como Que Rei Sou Eu? (1989) Rainha da Sucata (1990), e Vamp (1991). 

Na parceria com Walcyr Carrasco, não faltaram muitas cenas ao estilo "pastelão", com banhos de lama e comida arremessada para todos os lados. Assim foi em Chocolate com Pimenta (2003), Alma Gêmea (2005), Sete Pecados (2007), Caras & Bocas (2009) e Êta Mundo Bom (2016).

Na era dos remakes, impôs sua marca nas novas versões de Ti Ti Ti (2010) e Guerra dos Sexos (2012). Em uma bem-sucedida mistura de teatro e TV, comandou o fenômeno Sai de Baixo (2000-2001) . 

Mas Jorginho era tão gigante que não se contentava em ficar atrás das câmeras. Muitas vezes, fazia participações especiais nas tramas que dirigia, seja como personagem, seja como ele mesmo. Em 2011, protagonizou o humorístico Macho Man, em uma hilária parceria com Marisa Orth. 

Matheus Cabral / TV Globo
Com Marisa em "Macho Man"

Depois de se recuperar do AVC que o acometeu em 2017, Jorge Fernando voltou ao trabalho este ano, como diretor de Verão 90. Quem conheceu a marca do comandante, certamente percebeu o tom escrachado em cada cena, principalmente nas cenas da divertida Lidi Pantera (Claudia Raia). 

Em uma época tão carente de alegria e distração, o humor de Jorginho vai fazer falta. É mais uma perda irreparável para a dramaturgia brasileira. O que fica é um legado de risadas, boas histórias e, como ele mesmo dizia, a "grife" que o tornou imortal.



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