Segredos de Bastidor
Além do rádio, Gugu Streit também é craque nas quadras
É sob as traves que um dos comunicadores mais carismático do rádio gaúcho mostra nova faceta: goleiro de futebol
É embaixo das traves, orientando zagueiros e defendendo todas (ou tentando, muitas vezes) que um dos comunicadores mais conhecidos e carismáticos do rádio gaúcho mostra sua outra faceta, completamente desconhecida dos ouvintes. Semanalmente, Gugu Streit, 53 anos, apresentador do Comando Maior (de segunda a sexta, das 6h ao meio-dia e o Cia da Noite, segunda a sexta, das 20h às 22h, ambos na Rádio Farroupilha 680 AM), veste uma de suas 150 camisas de goleiro que ganhou de presente de nomes famosos e tem a tarefa de defender a meta, no jogo semanal de integrantes da Associação Gaúcha dos Delegados de Polícia do Rio Grande do Sul (Asdep). Na noite desta quarta-feira, o Diário Gaúcho acompanhou a peleia semanal e revela que a ligação de Gugu com as quadras é antiga.
Uma celebridade em quadra
Por volta das 18h40min, Gugu já está no Planet Ball, na zona leste da Capital, local dos jogos de quarta, conversando com funcionários do local e se preparando para entrar em quadra. Ali, ele revela que, seguidamente, é reconhecido pelo povo que trabalha no local e retribui o carinho trazendo CDs com orações, que ele gravou há cerca de 10 anos.
— Eles dão para a sogra, para a secretária... — afirma Gugu.
Enquanto conversa com um ou outro, ele revela que tem uma coleção de 150 camisas de goleiro em casa, doadas por ex-goleiros como Danrlei, que fez história no Grêmio, e Clemer, campeão mundial de clubes pelo Inter, em 2006. Quando perguntado se repete algum fardamento, de pronto, ele responde:
— Goleiro não gosta de repetir roupa.
Desde a adolescência
A ligação do comunicador com as luvas começou ainda na adolescência, quando ele seguiu aquele roteiro clássico, conhecido por quem joga futebol.
—Quem não joga tão bem na linha, vai pro gol — diverte-se Gugu.
Na época, o radialista ainda morava em Novo Hamburgo, e começou sua trajetória no mundo da bola. Jogou nas categorias de base do Novo Hamburgo, do Aimoré e ganhou destaque em campeonatos de várzea na cidade. No começo dos anos 2000, quando veio morar em Porto Alegre, acabou se afastando da bola. Durante cerca de 15 anos, ficou longe da bola até que, em 2017, não resistiu ao "assédio de clubes interessados no seu futebol", como se diz no meio do futebol.
— Os delegados da Asdep, que, seguidamente, participam do Comando Maior, me falavam que precisavam de goleiro. E sempre me convidavam para jogar. Até que, um dia, eu falei que jogava no gol e eles comentaram que faltava, justamente, um goleiro. Desde então, eu falo que sou o titular do gol nestes jogos, até porque não tem outro (risos) — afirma Gugu.
Até pênalti já pegou
Durante a partida, o comunicador se mostra um goleiro atento, que passa orientando a zaga, dando bronca quando algum companheiro falha em lances importantes e mostra bons reflexos. Mas, aos 15 minutos, não resiste a um potente chute desferido por um adversário, que entrou livre pela esquerda. Mesmo que os atletas que estão em campo sejam todos conhecidos entre si, Gugu revela que o clima ali é competitivo. Por isso, ao final, ele celebrou a vitória de seu time, por 11 a 7.
— Eu ganho mais do que perco, com certeza. Até pênalti já peguei aqui. O jogo é amistoso, é legal, mas é peleia, ninguém quer perder. Se eu tomo gol bobo, eles bronqueiam, reclamam, falam "pô, Gugu, qual é a tua, tá falhando?" — revela.
A volta do goleiro-comunicador para as quadras o animou tanto que ele joga outras duas vezes por semana: às segundas, na Amrigs e nas sextas, na Puc. Quando questionado sobre seu ponto forte, não titubeia:
— Minha saída de gol é muito boa.