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Seguidor de Gildo de Freitas e apaixonado por gaita: conheca o gaiteiro Everton Machado

Músico da Zona Sul da Capital começou a gostar da obra do trovador ainda na infância. Hoje, já gravou disco homenageando um dos grandes nomes da cultura gaúcha.

26/05/2020 - 16h29min


José Augusto Barros
José Augusto Barros
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Desde a infância, Everton Machado, morador do bairro Lami, zona Sul da Capital, cultiva a paixão por uma lenda da música gaúcha: Gildo de Freitas (1919 - 2019). Mesmo quando tocava violão, ainda na adolescência, ou no período que integrou o grupo Canto Gaudério (entre 2006 e 2016), ele tinha o sonho de homenagear a obra de Gildo, que ele conheceu por influência de seu pai. Em 2016, quando deixou o grupo Canto Gaudério, e começou a colocar em prática o sonho de uma carreira solo, os projetos começaram a sair do papel.

Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
Gaiteiro começou a gostar de Gildo de Freitas ainda na infância

- Nessa época, fui visitar a família do Gildo, falei com a Neuza (uma das filhas do nativista), e disse que sempre gostei de cantar músicas dele. Então, ela me mostrou letras do Gildo, o que me deixou muito feliz, e me estimulou a seguir em frente - relembra Everton, hoje, com 30 anos.

Para dar sequência ao seu projeto, passou a fazer aulas de acordeão, instrumento que acabou virando sua grande paixão, até que, em 2018, ele entrou de vez no sonho do seu projeto solo. Logo em seguida, gravou seu primeiro disco, que não poderia ter outra temática, claro: Gildo de Freitas. A primeira faixa do álbum, composição de Everton,  já diz a que o disco veio: Homenagem a Gildo de Freitas. As demais são regravações da obra do Rei dos Trovadores, como uma, em especial, que ele gravou com carinho: Do Outro Lado da Estrada.

- Foi um pedido da Neuza, ela me revelou que ninguém havia feito a gravação dessa faixa - relembra.

Encontro inusitado

Com tantas ligações com a obra de Gildo de Freitas, Everton decidiu fazer uma homenagem especial para seu ídolo, em 2019, ano em que completou-se 100 anos do nascimento do trovador e cantor. Em novembro, ele pegou sua gaita, reuniu amigos e familiares e foi até o cemitério onde o corpo de Gildo está sepultado, para cantar e fazer homenagens ao ídolo. Tudo devidamente registrado pela turma que o acompanhou, claro. Neste dia, enquanto tocava, ele lembra, surgiram duas mulheres, mãe e filha, próximas ao túmulo.

- Elas estavam com uma caixa na mão e uma flor. Parei de cantar, queria conhecê-las, entender o que elas estavam fazendo lá. Então, a mais nova me contou que o pai dela havia falecido e que ele, em vida, havia pedido que suas cinzas (que estavam na caixa) fossem deixadas no pé da cruz que está na frente do túmulo. Foi emocionante, inacreditável, ficamos todos emocionados - relembra Everton. 

Com a pandemia de coronavírus, Everton, que tinha uma boa agenda de shows até março, tem apelado para lives, no qual, é claro, toca muitas faixas de Gildo, além de obras suas e releituras de grupos como Monarcas  e Os Serranos.

Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
Everton visitou a sepultura do ídolo em novembro de 2019

- No meu próximo disco, quero gravar mais canções minhas, mas sempre levando alguma coisa do Gildo junto, não tem jeito - finaliza.

Pitaco

Ernesto Fagundes fala sobre o trabalho de Everton.


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