Por quase 10 anos, as primas Letusa Moraes e Naira Baptista fizeram parte do grupo Herança Missioneira, nas Missões, levando a música missioneira e a mensagem do cultivo das tradições gaúchas por todo o Rio Grande do Sul. Na época, nos shows e bailes, elas tinhas algumas espectadoras especiais, no meio da plateia: as primas mais novas Bianca e Julia.

- Elas eram crianças e sempre prestigiavam nosso trabalho nos CTGs. Com o tempo, inspirada pelo Herança Missioneira, elas começaram a tocar instrumentos e a se interessar pela música - revela Letusa.

Por meio do projeto cultural Gaita Botoneira das Missões de São Miguel das Missões, já com Júlia e Bianca, as quatro primas começaram a ensaiar e fazer apresentações juntas, em um modelo não muito comum na música gaúcha: quatro mulheres cantando músicas nativistas. Até que, em dezembro de 2019, surgiu o grupo As Maragatas. 

- Amamos o que fazemos. Por meio da música tradicionalista, fandangueira e nativista, levamos adiante nosso legado, que é de cultuar a nossa tradição e contar a história do nosso Rio Grande do Sul - afirma Letusa.

O primeiro show de As Maragatas, é claro, foi um lugar especial para as gurias: em São Miguel das Missões, no hotel Tenondé, com o incentivo da família.

- Com incentivo de nossos pais, que sempre nos acompanharam, decidimos seguir adiante com a música gaúcha, que tanto amamos - afirma Letusa.

Rapidamente, a banda das gurias foi ganhando destaque no cenário tradicionalista. Em dezembro do ano passado, gravaram sua primeira live. Depois, foram convidadas para gravar outro show online, desta vez, em Francisco Beltrão, no Paraná, no programa nativista Cheiro de Galpão e foram convidadas pela cantora Angélica Kberw, conterrânea de região das gurias (Angélica é de Porto Xavier, também na região das Missões) para gravar a faixa de Ana a Anita, que trata de mulheres fortes na história. Em dezembro de 2020, as gurias lançaram sua primeira música autoral, Meu Canto à São Miguel. 

- Graças a Deus, nosso trabalho está sendo bem aceito em todos os lugares que vamos, e nas plataformas digitais. É um estímulo para que mais mulheres façam o mesmo - comenta Letusa.