Piquetchê do DG
Um dia de inclusão especial
Na noite deste sábado (15), MTG promoveu a primeira edição do Festival Gaúcho da Inclusão, para dar visibilidade à causa da inclusão social.
Na fria noite de sábado (15), quem estava em casa pode acompanhar um evento online pra lá de especial, o Festival Gaúcho da Inclusão, promovido pelo MTG (Movimento Tradicionalista Gaúcho) e pela 20ª Região Tradicionalista, para dar visibilidade à causa da inclusão social. A iniciativa, transmitida pelo YouTube e Facebook da entidade, tinha como objetivo mostrar que, mesmo com alguma necessidade especial, qualquer pessoa é capaz de cultuar os costumes do nosso Estado. Foram 106 vídeos inscritos, em 17 diferentes modalidades, um recorde em todos os concursos virtuais realizados pelo MTG , desde o início da pandemia.
Na prática
Um dos selecionados para a final, por meio de compartilhamentos e curtidas nas redes sociais do MTG, Thiago Mota, 26 anos, tem síndrome de Down e participou do festival na categoria Danças Tradicionais. No vídeo do concurso ele e a irmã Patrícia apresentam a dança do pezinho. Para Thiago, o tradicionalismo é vivido desde sempre, já que ele cresceu dentro do CTG Thomaz Luiz Osório, de Pelotas, acompanhando a família e, principalmente os irmãos que sempre dançaram em invernada.
- A gente tem que fazer a inclusão acontecer e não apenas deixar no papel. Sabemos o quanto é difícil fazer isso em festivais, em rodeios, porque tem aquele lado profissional, de que tudo precisa ser feito com perfeição. Mas, a gente tem que cada vez mais trazer pessoas como o Thiago para dentro das entidades. A sementinha foi plantada agora com o Festival Gaúcho da Inclusão - afirma Patrícia.
Segundo o presidente interino do MTG, César Oliveira, a iniciativa funcionou como uma espécie de mostra cultural, pois não seria possível escolher apenar um vídeo de um dos participantes:
- São pessoas especiais, se superando em diversas modalidades. O objetivo dessa iniciativa é que essas pessoas sejam acolhidas no meio tradicionalista.
A coordenadora do Festival Gaúcho da Inclusão, Gisele Klinger, explica que o evento atingiu uma proporção muito grande e que cada vídeo inscrito foi uma emoção para os organizadores.
- Estamos maravilhados. Recebemos inscrições do estado inteiro, de participantes dos cinco aos 69 anos. Esse evento fez a diferença na vida de todos nós. O que ainda precisamos muito, é sentir, é perceber, que podemos, sim, acolher essas pessoas, que temos condições, sim, de fazer isso. Ser tradicionalista vai muito além de usar uma pilcha, de participar de um rodeio, de dançar. Ser tradicionalista é justamente aceitar e acolher a todos dentro das nossas entidades. E essa é a principal mensagem que temos que deixar - afirma Gisele.