Hitmaker
Dono de sucessos com Anitta e Luísa Sonza, Zaac se prepara para nova fase: "A ideia é furar cada vez mais bolhas"
Cantor aguarda o lançamento do seu primeiro disco e celebra reconhecimento no Exterior
Ser chamado de hitmarker não é para qualquer um. O cantor Zaac conhece muito bem o gostinho disso, e a manchete deixa claro: trata-se do único artista masculino a colocar cinco músicas em primeiro lugar no Spotify Brasil. Bum Bum Granada, Desce pro Play, Vai Embrazando, Vai Malandra e Bola Rebola são os sucessos do artista que ficaram no topo da parada musical. Mas você certamente conhece muitos outros. Dá para citar Sexta do Mal, Toma, sem deixar de lado as parcerias com estrelas da "gringa" como em Are U Gonna Tell Her?.
A carreira repleta de altos foi conquistada com esforço pelo músico de 29 anos que veio da periferia paulista. Agora, ele se prepara para mais um capítulo importante, o lançamento do seu primeiro álbum. A expectativa para o novo trabalho foi um dos tópicos destacados em entrevista com Zaac. Confira.
Como foi o início de tudo?
No começo não foi fácil. Eu recebi muitos "nãos" na minha vida antes das coisas darem certo e as pessoas certas começarem a acreditar no meu som. Eu sempre acreditei que chegaria longe, mas eu não podia largar tudo pro alto e esperar que tudo desse certo. Cheguei a fazer shows sem cachê naquela época para que as pessoas conhecessem o meu som. Por muito tempo, a música foi minha segunda opção, porque eu não podia largar tudo. Mas eu sempre soube que eu chegaria onde estou hoje. Sempre soube o que estava fazendo e que era questão de tempo. Me dediquei e me esforcei muito e não foi fácil, mas estamos na caminhada.
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Qual momento você considera como o mais inimaginável?
Acho que a cada lançamento ou parceria que eu faço eu me impressiono mais com os lugares onde a música ainda pode me levar. Lá no começo, era tudo muito novo e, claro, não imaginava que, em poucos anos, tudo isso ia acontecer na minha vida. É a realização de um sonho ter chegado onde estou agora e fico muito empolgado de pensar no que vou estar fazendo no futuro.
Apesar de ter rompido muitas barreiras, o funk sofre resistências?
Poxa, com certeza. O funk continua sendo muito julgado e desvalorizado. Sinto que, aos poucos, isso está mudando, mas temos um longo caminho pela frente. Precisamos dar mais voz à quem está nesse "corre". O funk é muito rico, tanto que ele vem ganhando muito espaço no mercado, mas não adianta nada tirar dessa fonte e não valorizar quem de fato está por trás disso tudo. Precisamos abrir mais o olho pra esses artistas.
Como surgem as suas "sacadas"?
Estou sempre compondo e criando algo. E tenho muitos parceiros que ajudam nas composições. Não tenho um roteiro para compor, as músicas surgem em vários momentos da minha vida. Às vezes, acordo no meio da noite com uma letra na cabeça e corro pra escrever. As inspirações para as músicas são diversas situações e vivências, coisas que acontecem comigo ou com amigos meus. Tudo serve de inspiração para compor.
É pesado carregar o título de hitmaker?
Quando crio uma música, sempre acredito nela! Sempre acho que ela tem potencial pra ser hit, mas algumas músicas sempre me surpreendem. É incrível como o público abraça os meus projetos e fazem das minhas músicas esse sucesso. Sou muito grato aos meus fãs por isso. Só posso carregar o título de hitmaker porque tenho muita gente que apoia o meu trabalho.
Recentemente, você voltou de uma turnê pela Europa. Como foi a recepção do público?
Foi absolutamente incrível! É uma sensação maravilhosa passar por vários países e ver pessoas cantando, da forma delas, trechos como "vai embrazando hã, hã" ou "vai taca, taca". Essas músicas, inclusive, eu fiz já pensando nessa possibilidade, tanto que elas não possuem letras tão complexas, o que facilita de conseguirem cantar algumas partes que são em português. Presenciar isso nessa tour foi muito mágico e é algo que eu mesmo faço até hoje com músicas que eu não sei a tradução, mas me movem de uma forma que dá vontade de querer cantar junto. Além disso, eu amo o que eu faço e fazer meus shows fora do país, com espaços lotados, só reforça que eu estou no caminho certo.
Sobre as parcerias internacionais, ter feito colaborações com a Tove Lo e o Snoop Dogg sem dúvidas me ajudaram na questão de visibilidade no Exterior, mas não somente eles, como também artistas nacionais que têm um grande reconhecimento lá fora, como a Anitta. Os feats com ela com certeza atingem outros continentes de uma forma grandiosa. Ver ela recentemente levando duas composições minhas para o VMA foi uma sensação única e eu tenho só a agradecer por levar minhas músicas para tão longe. Outro momento que foi muito emocionante neste ano foi ver e a Rita Ora dançando de surpresa o hit Bola Rebola no Rock in Rio.
A partir dos singles Potência (com Léo Santana) e Tiro de Boom (com Jojo Todynho) você inaugura uma nova era, ligada ao lançamento do seu primeiro álbum. O que pode adiantar?
O álbum vai envolver mais melodias e experimentações que fui curtindo fazer com a minha voz. Levando em conta tudo o que já lancei no passado, o álbum vai ter faixas bem diferentes e estou super curioso pra saber como os fãs vão reagir à essa nova fase. Conversei com a minha equipe sobre o melhor momento pra gente lançar as faixas e vimos que era agora, e para o álbum, já estamos finalizando os últimos detalhes. A ideia é ir cada vez mais além, furar cada vez mais bolhas na minha música e explorar mais esse mercado, que se torna a cada dia mais rico.
Qual conselho você dá para artistas que, assim como você, são da periferia e estão batalhando por visibilidade?
Antes das coisas darem certo na minha vida, eu recebi muitos "não". Então é muito importante você acreditar no seu som, no seu potencial e não desistir dos seus sonhos. Fácil não é, mas quando você vê as coisas acontecendo é um sentimento de realização muito grande. É uma sensação de que deu certo e que todo esforço valeu a pena. O meu conselho é não desistir! Persista, corra atrás do que você quer, cerque-se de pessoas que te apoiam e que acreditam no seu som e trabalhe muito. Sempre falo que a música quebra barreiras. A música quebra qualquer tipo de barreira e salva a vida de muitos jovens que vem da periferia. A música é uma potência transformadora!