No dia 3 de maio é comemorado o Dia do Sertanejo, data que homenageia a cultura do povo que surgiu no sertão nordestino brasileiro e se espalhou por todo o Brasil. Aqui, no Rio Grande de Sul, esta manifestação cultural está presente, principalmente, na música, mas com um toque bem gaúcho.  

Uma das principais vertentes do sertanejo no RS é o bailão, ritmo que mistura o gênero nordestino com uma batida de música alemã, tradicional do interior gaúcho. 

Os bailões são ponto de encontro e de celebração do gênero musical: banda, bandinha, bandas de baile e até bandanejo estão entre as nomenclaturas usadas informalmente para se referir ao ritmo.  

— O sertanejo passou por várias transformações ao longo dos anos e o bailão faz parte disso. Ele une o estilo romântico com uma batida dançante — conta Joel Carlo, cantor de Bento Gonçalves, na Serra.  

Ele usa da mistura destes ritmos no seu último projeto, o Bailão Sertanejo, onde combina músicas autorais e clássicos sertanejos em 10 canções. Sobre o carinho com o Bailão, Joel comenta:  

— Aprendi a valorizar e quero levar o ritmo aos quatro cantos do país. 

Neste último projeto, a faixa Viralizou, uma parceria com a banda Corpo e Alma, conquistou o título de mais tocada do gênero bailão no Brasil, permanecendo três meses no topo das paradas. A soma de mais de dois milhões de reproduções tornou a música a mais executada no Sul por mais de 90 dias. 

Começo

Como acontece geralmente no sertanejo, o gosto pelo gênero veio de família: Joel descobriu o amor pela música cedo, ouvindo o pai cantar.  

De origem humilde, o artista deixou o Rio Grande do Sul ainda pequeno para viajar por diversos Estados. Trabalhou por um tempo cantando em churrascarias em São Paulo. Depois de um período fora dos palcos, Joel voltou para o Estado no começo dos anos 2000, quando começou uma trajetória de sucesso como vocalista de bandas de baile. 

O início, em 2005, foi em uma banda chamada Super Produção, onde, segundo Joel, mesmo o grupo sendo pequeno e bem local, conseguiram se destacar no mercado e ganhar notoriedade.  

— Comecei a evoluir, entender como funciona a música. Começar do zero foi muito importante nesse início. Eu comecei carregando caixa, montando equipamento, fazendo todo aquele trabalho que é de praxe para quem inicia — conta.  

Chegou a fazer parte de grandes bandas, como Tchê Barbaridade e Flor da Serra, até fazer a transição para a carreira solo em 2016. 

Hits como Roma e Ciuminho encantaram o público. Desde então Joel se destaca na cena musical regional por misturar o bailão com outros gêneros.  

— É muito bacana poder gravar e misturar diversos ritmos e mostrar para as pessoas esse trabalho — conta.  

Transformação 

O objetivo do cantor é alcançar mais pessoas, inspirar outros artistas e popularizar a música gaúcha.  

Ele acredita no poder do bailão e tem a meta ambiciosa de ajudar a popularizar o gênero fora do Estado. 

— A minha meta principal é continuar potencializando o Bailão Sertanejo. Mostrar esse ritmo e inspirar outras pessoas é o meu motivo fundamental. 

Mesmo com um desafio grande pela frente, o cantor não desanima. Pelo contrário! A resposta positiva do público ao seu som o motiva a continuar sonhando. 

— Eu acredito muito no novo e na transformação — declara. 

Pitaco de Quem Entende

 O empresário gaúcho Ethinho, dono da produtora OL, comenta: 

— Joel Carlo provou que o bailão pode se tornar um estilo nacional, trazendo elementos de outros gêneros e tornando a música mais universal. Eu acredito que o bailão pode conquistar o Brasil assim como Joel Carlo vem fazendo.

AQUI, O ESPAÇO É TODO SEU

/// Para participar da seção, mande um histórico da sua banda, dupla ou do seu trabalho solo, músicas, vídeos e telefone de contato para camila.mendes@diariogaucho.com.br

/// Para falar com a artista, ligue para (11) 94776-1027

* Produção: Camila Mendes