Estrelas da Periferia
"Está herdando de mim": Ronaldinho Black, o "Rei do Centro", quer deixar legado no pagode
De Alvorada, na Região Metropolitana de Porto Alegre, músico conquista o público com sua semelhança ao ex-jogador de futebol gaúcho

Nascido em Viamão e criado em Alvorada, ambos na Região Metropolitana de Porto Alegre, Ronaldinho Black hoje chama atenção no centro da Capital por sua semelhança com o ex-jogador Ronaldinho Gaúcho. Influenciado desde a infância pela paixão dos pais pelo pagode, o artista de 45 anos leva seu talento aos barzinhos da região com o projeto Pagode do Ronaldinho.
Depois de viver 19 anos no bairro Jardim Aparecida, em Alvorada, Ronaldinho passou um período entre 1998 e 2003 em São Paulo. Ele conta que foi justamente após essa experiência fora do Estado que sua trajetória musical começou a se fortalecer. Quando voltou ao Rio Grande do Sul, o amor pelo pagode retomou força, especialmente nos intervalos do trabalho, quando se reunia com os colegas para tocar.
Junto ao grupo de amigos, Ronaldinho criou o Pagode Black, projeto que também acabou originando seu apelido. Ele explica que a associação ao ex-jogador vai além da semelhança física:
— Um dia, participamos do programa Conexão Maluca, e eu não estava presente. As pessoas começaram a perguntar onde eu estava, e o entrevistador questionou: “Quem é o Ronaldinho?” — recorda, finalizando:
— Aí eles responderam: “O Ronaldinho não veio porque está trabalhando. Ele é o pagode Black”. Disseram isso porque eu era quem fazia todo o corre: além de músico e vocalista, também era o promotor da banda.
Com o tempo, entretanto, o grupo — que tinha o nome registrado — decidiu encerrar as atividades. Ronaldinho relata que acabou vendendo o Pagode Black e, mais tarde, deu início ao projeto que conduz até hoje: o Pagode do Ronaldinho.
Rei do Centro
Presença constante nas rodas de samba e pagode do centro de Porto Alegre, Ronaldinho acabou recebendo da própria comunidade o apelido de Rei do Centro. Com a churrasqueira montada na rua e um público tão numeroso que, por vezes, chegava a interromper a passagem dos ônibus nos arredores da Praça Osvaldo Cruz, o Pagode do Ronaldinho marcou as noites do local.
— No Pagode do Ronaldinho eu sempre convidava diferentes músicos para tocar comigo — conta. — Até hoje, quando encontro a galera que já participou da roda, eles dizem: “Ah, o Ronaldinho é o Rei do Centro”.
Atualmente, o artista é presença confirmada em diversas rodas de pagode pela Região Metropolitana, como nas cidades de Canoas e Esteio, além de se apresentar na boate da Tia Carmem e participar de comerciais.
— Ser sósia do Ronaldinho ajudou muito na projeção da minha carreira no pagode — destaca. — Toco na Tia Carmem, faço comerciais e agora estou preparando um material audiovisual.
Segundo ele, as gravações devem começar até o fim do ano, e o único impasse no momento é a escolha do local ideal. Ronaldinho faz questão de que o evento mantenha o mesmo espírito de suas rodas de samba.
— Quero fazer num lugar onde a entrada seja gratuita, porque meu samba sempre foi 0800. Nunca cobramos ingresso — afirma. — E também nunca teve briga. Isso sempre foi algo que todo mundo dizia: que era um espaço cheio e tranquilo.
De geração em geração
Por fim, o músico destaca o papel fundamental da família em sua trajetória. Criado ao som de Eliana de Lima, ao lado da mãe, e de Noite Ilustrada, influenciado pelo pai, hoje ele vê sua filha de 11 anos acompanhá-lo e se divertir nas rodas que promove.
— Vivi 19 anos em Alvorada e, desde criança, já gostava muito de pagode. Nas brincadeiras com os amigos, eu batucava em baldes, muito influenciado pelo meu pai, que tocava pandeiro — relembra, acrescentando:
— Hoje, minha filha vai na roda de samba e canta. Então, é uma coisa que vai passando de geração em geração. Eu herdei do meu pai e minha filha está herdando de mim.
*Produção: Juliana Farinati
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