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Entrevista

Michel Teló: Pegou no Brasil, pegou no mundo!

Depois do estouro mundial do hit Ai, se Eu te Pego, que ultrapassou 500 milhões de visualizações no youtube, o artista aposta no romantismo para seguir na crista da onda

26/05/2013 - 14h02min

Atualizada em: 26/05/2013 - 14h02min


José Augusto Barros
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Na crista da onda

Rei das baladas sertanejas, Michel Teló, 32 anos, quer provar que também sabe ser muito romântico. Depois do estouro mundial do hit Ai, se Eu te Pego, que ultrapassou 500 milhões de visualizações no youtube, o artista aposta no romantismo para seguir na crista da onda.

E, literalmente, na onda, pois o álbum Sunset (CD ao preço médio de R$ 19, e DVD, por R$ 29) foi gravado nas praias de Jurerê, em Santa Catarina, Guarujá, em São Paulo, e Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. Conta com as participações especiais de Paula Fernandes, da dupla Bruninho & Davi e do grupo Sorriso Maroto. O lançamento do álbum teve dois shows na Brooks, casa sertaneja de São Paulo.

Na quinta-feira, Teló fez um espetáculo mais fechado, para imprensa e famosos. Nesta sexta, o show seria aberto ao público, no mesmo local.

Antes ainda, na terça, o cantor recebeu o Diário Gaúcho em um hotel, em São Paulo, e comprovou a fama de ser um dos astros mais humildes da música nacional. Sem fugir de pergunta alguma, Teló soltou o verbo por cerca de uma hora e falou sobre fama, o namoro com a atriz Thais Fersoza, a relação com o Rio Grande do Sul e a paixão pelo Grêmio. Confira!

Diário Gaúcho - Ai, se Eu te Pego foi premiada na categoria Top Latin Song, no prêmio Billboard 2013. Como você recebeu a notícia?

Michel Teló - Antes, levamos (o reconhecimento) na versão latina do prêmio, mas a mundial, sinceramente, eu não esperava. Foi incrível, só isso que posso dizer!

Diário - Depois do estouro mundial, o que fazer para manter-se no topo?

Teló - Tenho que me reinventar, trazer coisas diferentes. Por isso, no DVD Sunset, quero revelar esse meu lado romântico. O pessoal associa muito o Michel Teló à balada, mas quero mostrar um outro lado.

Diário - Alguma aposta de hit do novo DVD? E como surgiu a ideia de convidar Paula Fernandes para uma participação neste trabalho, na faixa Se Tudo Fosse Fácil?

Teló - Amiga da Minha Irmã está muito bem tocada em todo o país, mas acho que pode ter aquela limitação, por essa coisa de falar de provocação com amiga da irmã e tal. Mas, para grande hit, apostamos na música Maria, que é romântica, voz e violão, e vem com clipe. É uma lembrança do amor de infância, me emocionei cantando. E eu sempre fui muito fã da Paula. Quis que ela participasse dos meus outros DVDs, mas não tinha dado certo.

Diário - Como é o projeto que foi mantido em segredo envolvendo Maria?

Teló - Eu gravei cantando cerca de 400 nomes, além de Maria. No meu site (micheltelo.com.br), o fã encontra um link para o facebook. A menina vai poder ouvir a música com o nome dela, em vez de ouvir o nome Maria, além de vários outros detalhes que a ferramenta possibilita, como usar imagens da pessoa no clipe. É pro Dia dos Namorados, para presentear a mulher, a namorada.

Diário - Em pouco tempo de carreira solo, você estourou muitos hits. Qual foi a receita?

Teló - Quando a música chega para você, tem que dar aquele estalo. Em Fugidinha, logo pensei no sertanejo com sanfona, e deu certo. A música tinha algo diferente demais e, em duas semanas, estourou. Claro, tem que fazer o arranjo certo, algo diferente. Em Humilde Residência, quase um samba-rock, sentimos que tinha potencial. Mas não tenho a receita do sucesso, fazer um hit não é fácil.

Diário - Sua proximidade com a música gaúcha, e com o Rio Grande do Sul, é muito forte. Como isso começou, já que você é paranaense, da cidade de Medianeira?

Teló - Meus pais (Aldo e Nina) são gaúchos de Barra do Zeferino (vilarejo que hoje pertence ao município de Doutor Ricardo, emancipado de Encantado, em 1995.) Então, tenho uma proximidade muito grande com o Rio Grande do Sul. Cresci em CTG, cantando música gaúcha, me identifico demais. A música de baile é a minha referência e me ajudou em toda a carreira. Gosto demais do Edson Dutra, de Os Serranos. Já fui na casa dele, em Porto Alegre, tocamos juntos. O (Luiz) Marenco é outro grande nome, já foi na fazenda do pai, em Mato Grosso do Sul, fizemos um som. E a recepção aí tem uma vibe (vibração) diferente com o público. Tanto é que o meu show foi eleito o melhor do Planeta Atlântida neste ano!

Diário - O novo DVD tem direção dos seus irmãos, Teófilo e Teotônio. Que peso tem a família na sua carreira?

Teló - Acho importante ter os dois comigo. Na primeira vez que cantei uma música, há muito tempo, o Teófilo estava junto, tocando violão. Ele foi o primeiro para quem liguei quando saí do grupo Tradição. Hoje, ele é meu empresário. Já o Teotônio, meu irmão mais novo, sempre trabalhou com os meus pais na loja de confecções que eles têm em Campo Grande. Ele nunca trabalhou no meio artístico, mas irmão é irmão e está indo muito bem.

Diário - Você destaca-se no meio musical por não mostrar deslumbramento, mesmo com tanto sucesso, e tratar todos com respeito, sem se negar a dar entrevistas...

Teló - Sempre mantive os pés no chão, tive educação, trato todos com respeito. E cara, muito disso é para não ouvir sermão do meu pai, de que estou me deslumbrando (risos)! A carreira tem altos e baixos, sempre. E do que adianta você ter sucesso se não é educado, se não trata bem as pessoas? Levo comigo uma frase do meu pai: "o que importa é que os meus filhos sejam do bem".

Diário - E como surgiu a decisão de sair do Tradição, em 2009, depois de 12 anos?

Teló - Eu ganhava uma grana boa, o Tradição fazia sucesso, mas eu queria sair da zona de conforto. Meu pai ficou preocupado, mas apoiou. Tenho muito amor, respeito e gratidão pelos meus pais. Eles já me apoiavam desde os 13 anos, quando eu ia, sozinho, de Campo Grande para o Paraná, para tocar em baile.

Diário - E com essa rotina de shows e viagens nacionais e internacionais, sobra tempo para ver seu Aldo e dona Nina?

Teló - Em 2012, vi os meus pais menos do que eu queria. Neste ano, está um pouquinho melhor, na média de uma vez por mês. No Dia das Mães, fiz show perto de Campo Grande e consegui passar lá, almocei com eles e saí meio correndo. Tento convencê-los de vir pra cá (Michel mora em São Paulo, onde concedeu esta entrevista), mas tá difícil (risos). Eles têm fazenda no Pantanal, criam gado.

Diário - Depois de começar a namorar a atriz Thais Fersoza, o assédio aumentou?

Teló - Não me incomoda, sinceramente, vejo de maneira natural. Consigo ir no cinema, num restaurante. Numa das primeiras vezes que fomos fotografados, Ai, se Eu te Pego estava no auge e saiu uma coisa tipo "primeiro beijo de Teló e Thais" em vários sites. Me assustei, mas, agora, está mais tranquilo. Acho que quanto mais o cara se esconde, mais a galera procura. Tenho foco na minha carreira, mas compartilho com os meus fãs o que acho necessário. Algumas coisas que são minhas, não preciso compartilhar. São minhas.

Diário - E a história da composição da canção Aconteceu, que foi feita para a Thais?

Teló - Tinha terminado um casamento (com a gaúcha Ana Carolina Lago) e estava num momento de trabalho e de curtição. Esbarrei com Thais no Carnaval do Rio e, no meio daquela muvuca toda, aconteceu. Compus no estúdio, mandei para ela, cantando, voz e violão, e ela ficou toda faceira.

Diário - Você é um grande gremista, cônsul itinerante do clube, inclusive. Tem acompanhado a atual fase do seu time?

Teló - Acho que o Luxemburgo e o presidente Koff têm um bom projeto a longo prazo. Mas esperava que o time fosse adiante na Libertadores. No dia da eliminação (para o Santa Fé, da Colômbia, em 16 de maio), eu estava atendendo aos fãs depois de um show, quando recebi uma mensagem do Teófilo, que é gremistão, dizendo que tínhamos sido eliminados. Fiquei chateado. Só me resta torcer para o Grêmio. E com o Grêmio, onde o Grêmio estiver. A Arena, eu achei demais, coisa de Europa!

Diário - Consegue assistir aos jogos, com tantos compromissos?

Teló - No meu celular, tenho um aplicativo no qual consigo ver as partidas, tento sempre dar uma olhada. Às vezes, dou uma atrasadinha (no show) para assistir à final de um jogo importante. Mas nunca adiei ou deixei de marcar uma apresentação por causa do Grêmio. Compromisso é compromisso. Mas, se o Grêmio estiver em uma final, é outra história...


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