Grêmio



Ídolo das duas torcidas

Renato Portaluppi: "O Grêmio tem que ir dentro deles"

Torcida gremista terá um aliado contra o líder Fluminense nesta noite

17/10/2012 - 07h33min

Atualizada em: 17/10/2012 - 07h33min


Como técnico do Grêmio

A torcida gremista terá um aliado de peso na decisão contra o líder Fluminense, a partir das 19h30min. Renato Portaluppi, 50 anos, estará do lado azul, preto e branco. Ele é ídolo das duas torcidas. Pelo Grêmio, ganhou a Libertadores e o Mundial. Pelo Fluminense, levantou a taça de um Campeonato Carioca que parecia impossível, contra o Flamengo de Romário e Sávio. E com gol de barriga. Voltou aos dois clubes como técnico e com relativo sucesso. Mas não esconde: seu coração bate forte pelo tricolor gaúcho como ele.

- Minha torcida é pelo Grêmio - afirmou, sem titubear, ontem pela manhã, em entrevista exclusiva ao DG.

À vontade, ainda em casa, antes de sair para compromisso, Renato abordou o confronto de hoje, seu carinho pelo Grêmio e fez análise sobre os pontos fortes das duas equipes que se encontram à noite para uma decisão no Engenhão. Confira.

Diário Gaúcho - Você foi ídolo de Grêmio e Fluminense. Nesta hora de decisão, como fica o coração?

Renato Portaluppi - Meu coração é Grêmio, sempre foi. É claro que tenho um carinho grande pelo Fluminense, mas sou gremista, todo mundo sabe disso. Então, minha torcida é pelo Grêmio.

DG - Vai assistir ao jogo no Engenhão?

Renato - Provavelmente vou ver na tevê porque, para mim, ir no estádio é muito ruim.

DG - Na sua avaliação, quais são os pontos fortes de Grêmio e Fluminense?

Renato - Os dois times têm bom grupo. O ataque dos dois é muito bom, mas não fica só aí. Os dois têm um meio-campo muito bom também, que faz o ataque jogar. E os atacantes marcam gols. É ali que se resume o jogo. As defesas não podem vacilar. Se vacilarem, sabem que encontrarão jogadores que decidem a qualquer momento. Os dois times ficam bem parelhos. Ambos se prepararam para o Brasileirão.

DG - Como se faz para vencer o Fluminense, que perdeu apenas duas neste Brasileiro?

Renato - O segredo é o Grêmio jogar em cima deles, como tem feito. O Grêmio tem time para ir para dentro deles, entendeu? Não é porque tem um time mais fraco que deve ficar recuado, esperando. O Fluminense tem que ser atacado, e o Grêmio tem capacidade para isso. O Fluminense não tem jogado bem, tem tomado muito sufoco. Tem ganho os jogos, mas ultimamente não vem jogando bem, não.

DG - Quem seriam os Portaluppis de cada time?

Renato - É muito difícil (risos). Os dois têm bons jogadores, mas não quero fazer comparação.

DG - Pode-se destacar o Fred?

Renato - Sem dúvida alguma. E o moleque Wellington Nem (suspenso hoje) está vivendo uma fase muito boa também.

DG - Vale fazer golzinho de barriga nesta quarta, como você fez na final do Carioca de 1995?

Renato - Independentemente de como vai ser o gol, é importante que o Grêmio vença para entrar forte na briga pelo G4 e pelo título e para o campeonato ganhar um pouco mais de emoção. Se o Grêmio perder o jogo, o Brasileirão praticamente termina. Já têm poucos times na luta pelo título, e o Grêmio é um deles. Só que, se o Fluminense vencer, em um jogo em que o Grêmio pode tirar ponto deles e não deixá-los dispararem, será difícil de alguém alcançar. Se ainda quer alguma coisa no campeonato, o Grêmio tem que ganhar esta noite no Engenhão.

DG - Você arriscaria algum palpite?

Renato - É difícil, Grêmio e Fluminense são duas boas equipes. Quando dois grandes se encontram, é difícil de prever. Eu quero que o Grêmio ganhe, mas o jogo é no campo, não adianta.

DG - Quando foi embora do Olímpico no ano passado, você disse que voltaria a treinar o Grêmio. Ainda mantém esse plano de regressar?

Renato - Um dia é lógico que vou treinar o Grêmio outra vez. O Grêmio é o meu time do coração, e isso vai acontecer normalmente um dia, sem pressa.

DG - Nesta reta final de campeonato, como você avalia o futebol brasileiro?

Renato - Está muito fraco. De uns anos para cá, vem caindo a cada ano, e isso é muito preocupante. Um time disparou, no caso o Fluminense, e está sendo difícil alcançá-lo. Os times que estão brigando pelo G4 têm muitos altos e baixos. Dificilmente, aparecem novos grandes jogadores. Está ficando muito desigual. Por exemplo, dois, três times se prepararam. Antigamente não. Sempre havia oito, dez times brigando pelo título, pelo G4. Se o Grêmio não segurar o Fluminense, daqui a pouco, faltando cinco rodadas, ele é campeão. Como é que pode isso? Um campeonato que era muito forte. Não pode ter essa diferença toda de pontos. Isso mostra que o Fluminense tem um bom grupo, disparou, e para os outros, à exceção de um Grêmio e de um Atlético-MG, está difícil de brigar por alguma coisa.

DG - Você acha que as arbitragens têm parcela nisso?

Renato - Errar todo mundo erra. São seres humanos. Mas no último jogo, o Fluminense ganhou com dois erros do árbitro. Mas acontece.

DG - Você tem algum projeto em mente para 2013? Mantém conversas com algum clube?

Renato - Estava resolvendo alguns problemas particulares, mas agora em janeiro eu já volto a trabalhar.


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