Conversa Colorada
VÍDEO: bate-papo entre Caçapava e Sandro Silva, do Inter
O Diário Gaúcho colocou frente a frente um ídolo e um craque da atualidade para falarem sobre a importância do título
Entra ano e sai ano e os torcedores de Grêmio e Internacional começam o Brasileirão com a ansiedade de levantar a taça mais cobiçada do país. Mas em 41 anos de Nacional, a dupla Gre-Nal chegou a esse feito em apenas cinco edições. Duas com o Tricolor, 1981 e 1996, e três com o Colorado, 1975, 1976 e 1979. Já são 16 anos sem o troféu para a torcida de azul, preto e branco, e 33 para a alvirrubra.
O Diário Gaúcho entrou nessa expectativa e colocou frente a frente dois ídolos do passado, um de cada lado, e dois craques da atualidade para uma conversa sobre a importância da conquista, a receita que leva à primeira colocação do campeonato mais disputado do mundo e a grandiosidade da Dupla e de suas torcidas.
Do passado, pelo Colorado, convidamos o volante Caçapava, que estava no bi brasileiro, de 1975 e 1976. Pelo Tricolor, o meia Carlos Miguel, do Nacional de 1996. Do presente, Sandro Silva, do Inter, e o meia Marco Antônio, do Grêmio.
Os segredos de 1975
O encontro entre o passado de glória nacional e o presente de expectativa pelo título brasileiro começou como só poderia começar ao se colocar frente a frente dois volantes. Os dois foram direto ao assunto, sem espaço para firulas.
Também pudera, de um lado estava Caçapava, cabeça de área do bi Brasileiro do Inter, em 1975 e 1976, do outro Sandro Silva, que vem sendo destaque na mesma posição. E Caçapava, hoje com 58 anos, começou por cima da bola:
- Isso que o Barcelona faz hoje, marcar sobre pressão, a gente fazia. Quando os caras começavam a sentir, a gente começava a jogar. Aí, chegava aos 30 minutos de jogo e estava dois ou três a zero para o Inter.
"Pô, só tinha fera!"
Para o camisa 8 do time de Rubens Minelli um dos segredos era o grupo:
- Era muito bom. Tinha eu, Figueroa, Falcão, Batista, Lula... - ao que Sandro Silva, 28 anos, mas com ares de quem lembra bem do passado, atravessa:
- Pô, só tinha fera!
Outros pontos levantados por Caçapava eram a determinação e a ambição de ganhar, somados ao empenho dentro de campo e à disciplina tática.
- Eu cumpria tudo o que o Minelli falava. Além disso, não errava passe. O jogador do meio-campo não pode errar - lembrou, para em seguida, dar uma aula:
- O futebol não tem segredo. O segredo é você fazer dele fácil, você saber quem é, o que tem que fazer e o que pode fazer. Eu aprendi a marcar.
Sandro Silva agradece
E o volante que marcou seu primeiro gol com a camisa do Inter na final do Gauchão, domingo passado, agradece:
- Nessa conversa aqui tive uma aula, até mesmo de marcação. Muitas coisas que nunca ouvi um jogador falar. Tem muitas coisas que sei que vou levar para a minha vida e para dentro de campo.
Os títulos colorados
1975:
- Foram 30 jogos (em cinco fases), com 20 vitórias, sete empates e três derrotas, 56 gols pró e 15 contra.
1976:
- 23 jogos (em cinco fases), com 19 vitórias e quatro derrotas, 59 gols pró e 13 contra.
1979:
- 23 jogos (em cinco fases), com 16 vitórias e sete empates, 40 gols pró e 13 contra. O Inter conquistou o título de forma invicta.