Há três meses sem começar uma partida, o argentino Dátolo é o principal retorno no desfalcado time do Inter que domingo enfrenta o Fluminense, novo líder do Brasileirão. Para a partida das 16h, no Beira-Rio, o técnico Fernandão não poderá contará com oito jogadores, entre titulares e reservas, mas terá que buscar a vitória se quiser seguir sonhando com a vaga na Libertadores e, o que é cada rodada mais difícil, o título.

Além do meia hermano, o Colorado terá a volta de Fred, que cumpriu suspensão. O meio será completado por Josimar e Elton. Atrás, a mesma formação dos últimos dois jogos: Muriel, Nei, Moledo, Índio e Fabrício.

Na frente está a principal dúvida do treinador. Sem Leandro Damião, com a Seleção, e Rafael Moura, lesionado, Fernandão está entre dois nomes: Cassiano, que jogou a Segundona deste ano com o Esportivo, e Lucas Lima.

Teste

Dátolo volta a começar um jogo pela primeira vez desde que operou o púbis, em 19 de junho. Ficou de fora por 15 jogos. Entrou no Gre-Nal da última rodada do turno, mas voltou a sentir dores e acabou poupado em mais dois jogos - contra Flamengo e São Paulo.

Neste domingo, terá seu principal teste de retorno. Mesmo acreditando estar 100%, o camisa 23 terá que conviver com as dores. Quem passou pelo mesmo tipo de cirurgia sabe. E o próprio argentino comenta:

- Num dia estou muito bem. No outro, ao acordar, já sinto dor ao colocar o pé no chão. Mas é assim. Vou ter que conviver com isso.

"Quero fazer história no Inter"

Em meio à sua nova parada pelas dores, Dátolo conversou com o Diário Gaúcho. O argentino falou sobre o seu retorno, o problema de ter que esperar espaço, já que o Inter tem cinco estrangeiros e só três podem ser relacionados a cada jogo. E mais um pouco.

Diário Gaúcho - Tu já estás pronto para jogar 90?

Dátolo - Estava pronto para jogar os 90 minutos no Gre-Nal. Depois, com o campo todo molhado, nunca se sabe como pode terminar uma partida. Estava muito bem, muito contente e com vontade de jogar. Depois voltei a sentir. Tenho que pensar no Inter, só vou entrar quando estiver 100%.

DG - O problema que voltaste a sentir é no púbis, que operaste em junho?

Dátolo - Sim. Essa lesão no púbis é muito complicada. Num num dia você está muito bem e outro dia se levanta com muita dor. Quem já teve sabe como é. Mas tenho que me esforçar e trabalhar para voltar ao ritmo de antes.

DG - Bom, agora que estás voltando, qual a posição que mais gostas de jogar? Onde rendes melhor?

Dátolo - Meia por fora (mais próximo da lateral do campo). Na posição de Andrés (D'Alessandro), também posso jogar. Meia pela direita. A posição não é um problema para mim. Quero jogar!

DG - Podes ser um substituto do Oscar?

Dátolo - Creio que nenhum jogador substitui outro jogador. Cada um tem uma forma de jogo. Eu quero tratar de fazer minha história dentro do Inter. Acredito que tendo ritmo de jogo e, estando bem fisicamente, posso fazer um grande papel aqui. Com humildade e sempre trabalhando, acredito que posso fazer o melhor para a camisa do Inter.

DG - Com os cinco estrangeiros no grupo, a disputa fica complicada. Como vê essa situação?

Dátolo - É um problema para nós estrangeiros. A decisão do treinador sempre será certa. Não pode ser recriminada.

DG - Como é a relação com os argentinos e, agora, com o uruguaio Forlán?

Dátolo - Como estamos longe de nossas famílias, então, nós damos um jeito de estar juntos. Nos faltam nossos pais, mães, irmãos, amigos. Então, tratamos de desfrutar dos companheiros, com um mate, um assado argentino. Estamos em um país que tem um futebol muito bonito. Estamos em Porto Alegre, que é uma cidade que praticamente tem os mesmos costumes que a Argentina. Nos sentimos muito bem.

DG - Com a Copa do Mundo chegando, achas que podes voltar a ser convocado?

Dátolo - Isso é um sonho meu, tratar de voltar a jogar na seleção argentina. Mas para isso tenho que tratar de ser um dos melhores do Inter, tratar de jogar melhor. E falta muito. Primeiro quero pensar no Inter, para mim a seleção hoje é o Inter.

DG - És conhecido como um jogador vaidoso. Moraste na Europa, vestindo grandes grifes. Como faz, agora, em Porto Alegre, para se abastecer dessas marcas?

Dátolo - Gosto muito do tema da moda, de roupas, de vestir-me bem. Mas isso já vinha de antes de ir à Europa. Da época de quando era mais novo também tratava de estar bem arrumado. Aqui compro roupa em lojas que mais ou menos se aproximam das da Europa.