Uma canção famosa de Ivan Lins e Vitor Martins pode servir perfeitamente para ilustrar o momento vivido pelo Inter. A letra diz "Desesperar, jamais! Aprendemos muito nesses anos. Afinal de contas, não tem cabimento, entregar o jogo no primeiro tempo." É isso. Não é hora de jogar a toalha, mesmo com a desvantagem de 1 a 0 no agregado. O Colorado terá 90 minutos para batalhar pela virada.

Abel Braga estará de volta na casa-mata. A presença do chefe, que já foi campeão da América e do Mundo, na beirada do campo é um fator importante de motivação aos comandados. Uma vantagem do Inter será encarar uma Bombonera vazia, sem pressão. Um campo neutro. Assim como os argentinos não sentiram o bafo na nuca dentro do Beira-Rio.

Fazer gol é algo primordial na vida do Colorado. Marcar bem é importante. Será inevitável arriscar. A volta da dupla Moledo e Cuesta pode indicar uma correção nos problemas da bola aérea defensiva, que tem vazado muito. O retorno de Edenilson no meio-campo encorpa a marcação e auxilia a saída de bola. Conversa bem com Patrick. A presença de D’Alessandro se explica pela qualidade na criação e no respeito que tem junto ao adversário.

A recuperação do espírito competitivo apresentada no último jogo no Mineirão é um fato claro. Óbvio que tudo isso possa não ser suficiente para eliminar o Boca Juniors, que tem muitas qualidades e está em vantagem na disputa. O Colorado precisa ter todos os cuidados com as jogadas pelos flancos. Na direita com Buffarini e Cardona e Fabra e Villa pelo lado esquerdo. Carlitos Tévez precisa ser vigiado o tempo inteiro. Em um lance, decidiu a partida em Porto Alegre. O Inter terá que fazer uma partida de exceção para escrever uma página inesquecível na história do clube.