É questão de tempo para Miguel Ángel Ramírez ser anunciado de forma oficial como novo técnico do Inter. Mais uma vez, o Colorado aposta em um treinador estrangeiro. Na verdade, o mais importante não é a nacionalidade, mas a competência do profissional. O trabalho do espanhol, no Independiente del Valle-EQU, foi muito bom, onde conquistou a Copa Sul-Americana ano passado. É um cara jovem e que ainda tem uma biografia para construir. Já esteve nos planos de outros clubes do Brasil nesta temporada. A grande questão é como o Inter pretende fazer a transição comandada pelo presidente eleito Alessandro Barcellos.

No mundo ideal, Abel Braga completa o Brasileirão até fevereiro e o novo comandante iniciaria um processo de ambientação no clube, conhecendo atletas e discutindo a formatação do elenco para a próxima temporada em conjunto com os dirigentes. Abelão é da casa. Não precisa mais provar nada na carreira. Veio para o Colorado atendendo a um chamamento do amigo Marcelo Medeiros e também para ajudar um clube que ele tem laços estreitos. Somente um profissional com o desprendimento de Abel toparia fazer esse processo de transição.

E se ele não aceitar terminar o Brasileirão, o que tem todo direito, é hora de Ramírez já colocar a mão na massa. Uma certeza, é que o novo treinador vai precisar de tempo para implementar as suas ideias. Algumas características são importantes. Gostando de trabalhar com jogadores jovens, pode mudar uma cultura que vinha se perpetuando no Inter, de não aproveitar tanto a base. Todos nós sabemos que o futebol é imediatista. Eduardo Coudet, com erros e acertos, sofreu com críticas, muitas vezes, injustas. Paciência será uma palavra importante no dicionário colorado em 2021.