Não fui o maior fã da ideia de Abel voltar a treinar o Inter. Também não acredito que ele seja o nome correto para seguir na próxima temporada, independentemente do que acontecer. Porém, duas coisas eram imprescindíveis: respeito à sua enorme biografia e não criar novos transtornos no vestiário. Nesse contexto, permanecer com o campeão mundial na casamata é um acerto da nova direção. 

No ano de 2021, o Inter precisará seguir o investimento em jogadores jovens, pois a arrecadação tende a ser menor — afinal, a vacina não parece ser uma prioridade do governo federal, e a volta do público aos estádios deverá demorar para acontecer. Fazer caixa com a venda de atletas acaba sendo uma necessidade nesse contexto.  

Por isso, os dois meses que Ramírez terá antes de assumir o Inter podem servir para estudar melhor as potencialidades de Alvorada, sem a pressão de precisar obter bons resultados logo de cara. É uma solução que pode ser boa para ambos. 

Guiñazú vem? 

Aos 41 anos, Cholo Guiñazú estava trabalhando no Talleres de Córdoba, clube onde encerrou a carreira, e parece ter recebido um convite para voltar a vestir o moletom vermelho.  

É sempre bom ter muita calma nessa hora. Embora Guiñazú seja um ídolo, conheça a história do clube e tenha um espírito vencedor que agrada a qualquer dirigente, é necessário analisar bem se ele tem qualificação para ser um coordenador técnico. Se ele dirigir o vestiário da mesma forma que marcava os adversários, será grande, mas nem sempre é assim que funciona.