Avança ou recua
Dupla Ca-Ju com posturas distintas quanto à possibilidade de patrocínio da Caixa
Caxias vai renegociar dívidas para obter negativas, enquanto Ju deve abrir mão do apoio neste momento
Caxias e Juventude vão tomar rumos diferentes em relação ao patrocínio da Caixa Econômica Federal. Enquanto a direção grená vai correr atrás de acordos para parcelar as dívidas com a Receita Federal e obter as certidões negativas, os dirigentes alviverdes devem priorizar outras situações e abrir mão desse apoio neste momento.
As decisões começaram a ser tomadas após o prefeito Alceu Barbosa Velho relatar à imprensa o teor da reunião com presidente da Caixa, Jorge Hereda, quarta-feira, em Brasília. O Banco assegurou o patrocínio, mas exige a apresentação das certidões negativas. Assim que elas forem apresentadas, o acerto será fechado. E não há a possibilidade de uma artimanha jurídica, como indicar uma empresa para receber a verba e repassar ao clube.
É justamente por isso que o Juventude está praticamente desistindo da negociação:
- Mudou um pouco a situação porque a gente achava que daria para resolver de outra forma e não dá. Há uma empresa constituída que administra o marketing e outros setores do clube, e essa empresa tem toda a documentação necessária para receber o patrocínio da Caixa, mas isso não é possível. Para o Juventude, buscar essas certidões negativas, é difícil. A dívida é muito alta para conseguir renegociar neste momento - comenta o presidente do Juventude, Raimundo Demore.
Levando-se em conta o dinheiro que o Juventude receberia da Caixa - R$ 33 mil mensais (R$ 400 mil por ano) na Série D -, o pensamento no Jaconi é que não valeria a pena o esforço.
- Temos outras prioridades. Precisamos pagar salários, transporte, comida e, se tivermos de continuar atrasando impostos, paciência, vamos atrasar - revela Demore.
Já o Caxias deseja muito o patrocínio porque vislumbra um futuro melhor. Na Série C, o valor a receber é de R$ 50 mil por mês (R$ 600 mil por ano). Em caso de acesso para a B, pode subir para cerca de R$ 200 mil mensais.
- A gente já esperava que essa exigência não seria relevada. Estamos fazendo um levantamento da nossa dívida, porque há muita coisa antiga, muitos tributos do INSS, FGTS e tal que não foram pagos. Já que podemos parcelar, é uma boa oportunidade para a gente buscar um acordo com a Receita Federal. Assim que pagarmos a primeira parcela, já estaremos aptos para fechar o acordo de patrocínio com a Caxias - diz o presidente grená, Nelson Rech Filho.