Opinião
Antônio Carlos Macedo: "ERS-118 é o símbolo da falência do Estado"
Colunista ressalta que o governo ainda tem de pagar atrasados a três empreiteiras, que cobram R$ 1,6 milhão
A ERS-118, tema de reportagem da colega Jeniffer Gularte na edição de ontem do DG, é um símbolo da falência financeira do Estado. A rodovia tem cerca de 80km. Começa em Sapucaia do Sul e vai até o distrito de Itapuã, em Viamão. Mas o trecho mais movimentado e conhecido é o que une a BR-116, no Vale do Sinos, à freeway, em Gravataí, com 22km de extensão. É a parte que está sendo duplicada em uma arrastada e interminável obra.
Como o primeiro edital foi lançado em 2000, no governo Olívio Dutra, lá já se vão 15 anos. A duplicação, propriamente, começou há cerca de nove anos. E nada de ser concluída. Nesse período, além de Olívio, passaram pelo Piratini mais três governadores: Rigotto, Yeda e Tarso.
Sartori assumiu com as obras paralisadas desde outubro e sem perspectiva de retomada.
Alegria dos borracheiros
O Daer não sabe sequer o valor necessário para terminar o serviço. Antes, terá de pagar os atrasados: as três empreiteiras responsáveis pela duplicação cobram R$ 1,6 milhão relativos ao último trimestre do ano passado. Diante da penúria dos cofres públicos, a autarquia decidiu fazer um diagnóstico do empreendimento para montar um cronograma de liberação dos recursos necessários. É a senha para mais atraso.
Enquanto isso, motoristas fazem malabarismos para evitar os buracos que só trazem alegria para os borracheiros e oficinas de suspensão. Para estes, inexiste crise. Ao contrário, sobra trabalho e faturamento.
Notem que não estamos falando da abertura e construção de uma nova estrada. O que o governo não consegue concluir é a duplicação de 22km de uma das nossas mais movimentadas rodovias. Pelo que, não há exagero algum em afirmar que a ERS-118 é um retrato sem retoques da falência do nosso bom e querido Rio Grande do Sul, Estado em crise, falido e sem capacidade de investimento. Que tristeza!
Bom senso
A Câmara de Porto Alegre manteve o veto do prefeito José Fortunati ao projeto que autorizava a venda de bebida alcoólica nos estádios de futebol da Capital.
Prevaleceu o bom senso. Permitir a volta do trago seria um grande retrocesso na luta pela paz no futebol.