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França, Alemanha e Reino Unido pedem reunião urgente para discutir migração

Pedido feito à União Europeia quer medidas sobre a questão

30/08/2015 - 16h03min

Atualizada em: 30/08/2015 - 16h03min


ATTILA KISBENEDEK / AFP
Um pai ajuda a filha a rastejar sob o arame farpado na fronteira entre a Hungria e a Sérvia

Os ministros do Interior da França, Alemanha e do Reino Unido apelaram neste domingo (30) para a necessidade de uma reunião urgente de representantes da União Europeia, nas próximas semanas, devido à crise dos migrantes.

Por que a Europa só consegue lidar com a tragédia das ondas migratórias como problema de segurança

No sábado (29), o francês Bernard Cazeneuve, o alemão Thomas Maizière e a britânica Theresa May fizeram um encontro às margens da reunião de nove países europeus em Paris para reforçar a segurança no transporte ferroviário. Os três pediram à presidência da União Europeia (sob a responsabilidade de Luxemburgo) a realização de um primeiro Conselho de Justiça e Negócios Estrangeiros nas próximas semanas para avançar com propostas concretas.

Questão da imigração revela uma Europa sem ideias

O ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Laurent Fabius, chamou de "escandalosa" a atitude de certos países do Leste da Europa diante da crise dos refugiados, a começar pela Hungria.

A Comissão Europeia quer distribuir os pedidos de asilo pelos vários países europeus, a fim de aliviar os que estão servindo de entrada dos migrantes. No entanto, essa distribuição voluntária está sendo dificultada pela falta de vontade de alguns países, incluindo a Hungria, Áustria, Eslováquia e Eslovénia.

Número de refugiados no Brasil dobra em quatro anos e chega a 8,4 mil

A Hungria, país que serve de porta de entrada para os migrantes e refugiados que pretendem chegar à Europa Ocidental, ergueu uma barreira de arame farpado ao longo dos 175 quilômetros da fronteira com a Sérvia, atualmente vigiada por cerca de mil policiais, aos quais irão juntar-se mais 2 mil a partir de 1º de setembro.

Também neste domingo, o primeiro-ministro italiano, Mateo Renzi, afirmou que a União Europeia tem de começar a mover-se em busca de uma solução sobre a questão da imigração.

Por que a "ameaça" dos imigrantes é uma paranoia fabricada

Em entrevista publicada no jornal Corriere Della sera, Renzo criticou o fato de as primeiras medidas terem chegado após a cúpula extraordinária de abril, na sequência da tragédia no Canal da Sicília, na qual centenas de imigrantes morreram afogados após o naufrágio da barca em que viajavam.

- As imagens dramáticas dessas crianças asfixiadas no caminhão e assassinadas no porão das embarcações dizem-nos que a Europa deve procurar uma estratégia - disse o primeiro-ministro italiano, que pediu a internacionalização dessa crise, pois não é só um problema de Itália ou da Grécia.

Em artigo publicado nesse domingo no The Sunday Times, a ministra do Interior britânica, Theresa May, considerou que só os cidadãos da União Europeia que tenham oferta de trabalho deveriam entrar no Reino Unido, como forma de controlar a imigração.

Para a responsável britânica, a ausência de fronteiras na UE é a causa da atual crise migratória no bloco europeu. Segundo Theresa May, a crise migratória tem se intensificado desde o início do verão nas áreas costeiras do Sul da Europa, onde milhares de migrantes arriscam a vida para conseguir uma vida melhor. Para ela, isso deveria chamar a atenção dos líderes europeus.


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