Violência doméstica
Entre fugas e agressões, mulher vive com medo em Alvorada
Agredida, humilhada e violentada pelo ex-companheiro, mulher registrou denúncia e deu andamento a queixa. Mesmo assim, viu ele ser solto e agora teme pela própria vida.
Aos 30 anos, uma moradora de Alvorada carrega nos braços e no ventre dois filhos do ex-companheiro. E o medo de vê-lo novamente em sua frente. O sonho de formar uma família ao lado do rapaz de 20 anos transformou-se em pesadelo quando as agressões começaram.
Após se dar conta de que não havia condições de manter o relacionamento, resolveu abandoná-lo. Só que ele não aceitou a separação e, segundo ela, utilizou a justificativa de ver o filho para se aproximar e agredi-la. Desde então, a mulher tenta se afastar dele e busca proteção na Justiça.
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Ela já registrou três boletins de ocorrência denunciando a violência doméstica e chegou a conseguir uma medida protetiva.Em 5 de abril, ele foi preso preventivamente, mas acabou solto sete dias depois. A informação de que ele havia retornado ao convívio social veio através do oficial de Justiça, esta semana, e a deixou em desespero.
– Eu tenho muito medo dele. Até eu gritar e chamar alguém, já estou morta – desabafa.
Sem alternativa
Mesmo percorrendo os caminhos legais para garantir proteção, a mulher continua vulnerável, morando num endereço que ele conhece.
– Ele prometeu que, se fosse preso, voltaria para me matar. Eu estou desesperada, não tenho para onde ir.
A mulher chegou a mudar-se para Porto Alegre com a intenção de ficar perto do pai. Preocupada com a segurança dele, acabou retornando a Alvorada, onde mora de favor com o filho.O cômodo é improvisado. Uma escadaria de madeira frouxa e sem corrimão é o único acesso.
A porta de entrada está quebrada e sem proteção na fechadura. Nessa casa, ela conta, ele a estuprou e a manteve em cárcere privado por dois dias. a violência teria provocado a nova gestação.
Após intimação, a liberdade
O agressor foi preso no dia 5 de abril a pedido do Ministério Público porque não havia informado endereço fixo e não havia sido encontrado para receber a intimação sobre a medida protetiva que o proíbe de se aproximar da vítima.
De acordo com o promotor de Justiça, João Claudio Pizzato Sidou, a prisão foi convertida em restrições cautelares, como por exemplo, informar o endereço e comparecer às audiências. Assim, o homem ganhou a liberdade.
O promotor explica que após a prisão ele finalmente foi intimado e trouxe à tona a informação de que não tinha conhecimento da medida. Além disso, estaria preso em condições irregulares durante três dias na carceragem de uma DP.
Embora tenha sido solto, o réu continua respondendo ao processo e está ciente de que pode voltar a ser preso caso descumpra a medida.Segundo a advogada de defesa, Graziele da Silva Batista, o suspeito sofre de esquizofrenia. Ele nega as agressões contra a mulher.