Polícia



Artilharia pesada

Apreensão de fuzis no Estado cresce 140% na comparação com 2015

Em quatro meses, já foram recolhidas 24 armas deste tipo no Estado, enquanto que, em 2015, no mesmo período, foram dez.

08/06/2016 - 10h27min

Atualizada em: 08/06/2016 - 10h34min


Renato Dornelles
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Grupos usam armas para intimidar rivais

Nos quatro primeiros meses deste ano, a Polícia Civil apreendeu 24 fuzis no Estado. O número representa um aumento de 140% em relação às apreensões de igual período do ano passado e 53% do total recolhido em todo 2015, quando um recorde foi batido: 45 fuzis.

O dado foi divulgado pelo chefe de polícia, delegado Emerson Wendt, no balanço das ações realizadas pela instituição no primeiro quadrimestre de 2016.

O número de apreensões realizadas de janeiro a abril de 2016 fica ainda mais expressivo se comparado aos de 2014, quando foram recolhidas nove dessas armas no primeiro quadrimestre.

Para o chefe de polícia, o dado demonstra o trabalho que vem sendo realizado, principalmente pelo setor de inteligência.

– O número de apreensões comprova a qualidade da investigação. Vamos cada vez mais fortalecer o trabalho de inteligência – disse.

Por outro lado, Wendt admite que o alto número de apreensões, confirma também a entrada de um grande número de armas de uso restrito no território gaúcho.

– É um problema que precisa ser combatido, principalmente nas fronteiras. É necessário, se não estancar por completo, ao menos fazer o monitoramento.

Contrabando

Para o delegado, por causa da sua localização, o Rio Grande do Sul é considerado um ponto estratégico por contrabandistas de armas.

– O Estado, às vezes, não está sendo só destino, mas também meio de passagem para armamento contrabandeado de países vizinhos. Também por isso, é preciso fortalecer a inteligência – reforça.

Uma parte significativa dos fuzis apreendidos este ano pela Polícia Civil estava em poder de grupos ligados ao tráfico de drogas, de acordo com o diretor de investigações do Denarc, delegado Mário Souza.

– Neste ano, já houve 11 apreensões pelo Denarc – ressalta.

Viatura da Brigada Militar levou uma rajada

O número de fuzis no Estado preocupa quem lida diariamente com a violência.

– Eu estou preocupadíssima com a entrada de armas deste calibre. Tem muitos fuzis nas mãos de criminosos e isso faz com que cresça o número de homicídios – avalia a promotora de justiça Lúcia Helena Callegari.

Arma foi recolhida após tiros contra veículo da BM

O juiz da Vara de Execuções Criminais Sidinei Brzuska também demonstra preocupação, principalmente com o que vem pela frente.

– Embora tenhamos a apreensão de muitos fuzis, ainda ocorrem poucos disparos contra policiais e pessoas não envolvidas no crime. Mas não quer dizer que, daqui a pouco, isso não possa ser usado contra a população – alerta.

Pois em março, uma viatura da Brigada Militar foi alvo de uma rajada de fuzil na Zona Norte da Capital. O confronto terminou com quatro criminosos mortos.

Recolhimentos entre janeiro e abril

2016: 24

2015: 10

2014: 9

2013: 12

No ano inteiro

2016*: 24

2015: 45

2014: 26

2013: 37

*Até abril

Fonte: Polícia Civil

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