Zona Leste
Traficantes presos na Vila Tamanca alugavam armas para outros crimes
Ação do Denarc contra quadrilha suspeita de atacar ônibus no Bairro Agronomia, semana passada, terminou com nove presos e quatro pistolas apreendidas
Terminou com nove presos, apreensões de crack, cocaína e maconha, R$ 10 mil em dinheiro e quatro pistolas – duas 9mm e duas .380 – a Operação Barcelona, deflagrada pelo Denarc na região da Vila Tamanca, Bairro Agronomia, Zona Leste de Porto Alegre, na manhã desta terça-feira. Foi a segunda resposta, em apenas dois dias, da Polícia Civil ao incêndio a um ônibus na entrada do Beco dos Cafunchos, no mesmo bairro, ocorrido na noite da última quarta-feira.
De acordo com o delegado Maurício Barison, que comandou a operação, os traficantes da Vila Tamanca, ligados à facção dos Bala na Cara, vinham sendo investigados há mais de dois meses. Segundo ele, além do comércio de drogas, os criminosos faturavam alto com o aluguel de armamento.
– Apreendemos uma parte desse arsenal da quadrilha, que era usado em homicídios, ameaças e roubos. Boa parte ali naquela região mesmo – explica o delegado.
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Conforme a apuração do Denarc, as armas eram repassadas até mesmo para cobranças de dívidas do comércio local. Uma arma chegava a ser alugada entre R$ 500 e R$ 1,5 mil. Há suspeita de que a vila seja um ponto de recebimento de armas traficadas para o Estado.
Nas buscas a 17 casas da região, os policiais encontraram ainda nove toucas ninjas e um colete à prova de balas. As informações colhidas serão repassadas à 21ª DP, que investiga o incêndio ao ônibus. Na véspera, os agentes daquela delegacia já haviam apreendido roupas camufladas e um fuzil 7.62 na mesma vila.
A suspeita dos investigadores é de que os criminosos que atacaram o ônibus sejam mesmo da Vila Tamanca, ligados aos Bala na Cara, em represália aos rivais, que atuam no Beco dos Cafunchos.
– Precisávamos dar uma resposta rápida a essas ações criminosas. E continuaremos agindo naquela região e em qualquer área onde haja ameaça de conflagração – explica o diretor de investigações do Denarc, delegado Mario Souza.
De acordo com o delegado, a maior parte dos presos na Operação Barcelona – batizada com este nome pela rua onde se concentraram os mandados – são considerados gerentes do tráfico local. A constatação é reforçada pelos valores apreendidos em dinheiro e pela quantidade de drogas armazenada. Foram apreendidos 2,5kg de cocaína, 3kg de maconha e 1kg de crack, além de 21 mil pinos usados para embalar doses de R$ 20 de cocaína.