Polícia



Mistério

Professor foge com aluna em Alvorada

Um professor de História e Geografia, de 46 anos, pediu demissão da escola e é suspeito de ter fugido com uma aluna do ensino médio, que completou 14 anos em fevereiro passado. O caso ocorreu na manhã de sexta-feira em Alvorada

23/06/2012 - 11h21min

Atualizada em: 23/06/2012 - 11h21min


O suspeito é casado e tem uma filha - a mulher também é professora do colégio, onde estuda ainda a filha. Desesperados, os pais da menina procuravam, ainda na sexta-feira, algum paradeiro da filha.

Por volta de 10h, o professor procurou a direção e anunciou seu pedido de demissão. Às 10h42min, câmeras da escola mostraram ele saindo.

Guria teria mentido para sair

Uma hora depois, com uma mentira, a menina teria ludibriado o monitor que toma conta do portão - disse que sua mãe havia ligado e a chamado para ver a avó, que estava muito mal no hospital. Ela o convenceu.

- Estamos procurando por todos os lado. Contamos com ajuda da mulher do professor, que também está aos prantos - contou o pai da menina, após registrar ocorrência na 1ª DP da cidade.

- Vamos investigar. Esse cidadão é casado, tudo é muito recente. Vamos fazer o que for preciso - afirmou o chefe de investigação, Ricardo Chagas.

A diretora da escola informou que o professor foi contratado no final de 2011, indicado pela própria mulher, professora de Espanhol há três anos no colégio.

- Ele é assíduo, pai algum reclamou dele. Estou surpresa e preocupada, assim como toda a escola - disse.

Demissão repentina

Conforme ela, o professor apareceu em sua sala e, com olhos marejados, pediu demissão. A diretora conta ter insistido para saber o motivo, mas o professor foi irredutível: um problema pessoal.

Ela então fez ele formalizar o pedido no papel, e ele saiu em seguida. Cerca de uma hora depois, a aluna deixou a escola.

Segundo a lei, um adulto fazer sexo com alguém entre 14 e 17 anos não é estupro, mas a relação carnal é criminosa, pois trata-se de uma menor. Logo, se fizer sexo com ela, estaria cometendo um crime, conforme o Código Penal. Ele estaria usando sua ascendência como professor, mesmo que não use de violência e haja alegado consentimento por parte dela.

"Não era normal"

Mãe de uma colega de classe da desaparecida, uma moradora de Alvorada contou ao Diário Gaúcho que desconfiava do professor:

- O jeito dele com as alunas não era normal. Várias vezes ele pediu que minha filha fosse à casa dele para estudar. Nunca deixei.

Os pais da menina estão separados, há um ano, segundo o marido. Mas uniram-se na busca da adolescente. A Brigada Militar também foi avisada e tentava localizar o Celta prata do professor. O celular dele e da menina estavam desligados ou fora da área de cobertura na noite de sexta-feira.

"Ele assediava demais a minha filha"

Empresário, o pai da menina* desaparecida rodou por Alvorada, sexta à noite. O professor ainda não é considerado criminoso - para a polícia, sua atitude é suspeita, por ora sem motivo para um pedido de prisão.

Diário Gaúcho - Como vocês perceberam o desaparecimento?

Pai - Fui buscar minha filha no colégio pouco depois das 12h, então descobri que ela ja havia saído. Conversando com a direção e com minha ex-mulher, tudo ficou claro. Eu já estava desconfiado do comportamento deste professor há algum tempo. Ele assediava demais minha filha, mas sempre dizia que era para estudar. Ligava para ela e aparecia na casa da minha ex-mulher.

Diário - O que o senhor fez?

Pai - Ela nunca sai sozinha. Quando vai em festinhas, levamos e trazemos. Mas esperávamos que ela estivesse mais segura na escola. Ontem (quinta), procurei a mulher do professor. Ela disse que eu estava vendo coisas, e que o ela e o marido gostavam da minha filha como filha deles. Mas hoje (sexta), ela (mulher do professor) também ficou aos prantos ao saber que o marido fugiu com minha filha. Acho que ele fez isso porque viu que eu não iria descuidar da minha filha.

Diário - O senhor acha que foi um rapto?

Pai - Não, acho que tem grande chance de ter sido consensual, ele deve ter iludido minha filha, que é uma criança. Tudo que quero é localizá-la. Espero que ela esteja bem. Avisei a Brigada Militar, a delegacia, estou fazendo tudo o que posso. Isso é inaceitável. Ele usou do cargo para se aproximar da minha filha.

* O Diário Gaúcho preserva os nomes atendendo ao Estatuto da Criança e do Adolescente.


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