O confronto final não será dos gaúchos de botas contra os de alpargatas. A batalha derradeira terá de uma lado os defensores dos casarões de dois pisos, chamados de espigões pelos gaudérios, e de outro, patrões apaixonados pela tradição dos galpões de um pavimento, que emolduram o Acampamento Farroupilha. A peleia, por enquanto, é vencida com folga pelos piquetes tradicionais.

Na altura das árvores

Segundo o ex-presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), Manoelito Carlos Savaris, o número de galpões que cresce para cima não chega a 5% dos 373 construídos nesta edição:

- São, no máximo, uns cinco ou seis.

Nos últimos anos, porém, a quantidade de galpões com o pé direto elevado vem aumentando. E não apenas os de empresas ou patrocinadores. Sem poder aumentar o tamanho dos piquetes para os lados devido à falta de espaço, patrões estão erguendo a casa até a altura da copa das árvores para criar novos espaços e melhor acomodar associados e visitantes.

No Galpão da Querência, integrantes do piquete da Zona Sul da Capital sobem e descem a escada que leva ao pavimento superior há três anos.

Para acomodar as famílias

O patrão Ernani Silveira, 56 anos, explica porque gastou mais de 30 kg de pregos e cerca de mil tábuas de costaneira.

- Fizemos cinco quartos na parte de cima para acomodar as famílias que ficam aqui neste período - disse Ernani.

O Piquete Bombachudo, que reúne funcionários das empresas de ônibus Trevo e Restinga, reservou o segundo piso para as diretorias. Rodrigo Santos, 33 anos, explica que também foram construídos dois quartos no pavimento.

Coordenador é contra

Se dependesse de Manoelito, nenhum piquete construiria galpões de dois pisos. O coordenador ressalta, porém, que não existe proibição. Se alguém quiser fazer um de três pisos, não é proibido, mas deveria apresentar projeto de um engenheiro.

- Tem gente que é favorável e tem outros que não, talvez esse assunto seja discutido em março na próxima reunião da Comissão Municipal dos Festejos Farroupilhas - afirmou Manoelito.

Diário Gaúcho escolhe o melhor assador

Telmo Luiz Barbosa Filho, de Gravataí, é o maior assador de churrasco do Rio Grande do Sul! Ele foi o vencedor da promoção Assadores do RS, do Diário Gaúcho. No sábado passado, com outros dois finalistas, assou e serviu um churrasco para um júri no Galpão da RBS, no Acampamento Farroupilha. A prova final foi composta de quatro etapas. Primeiro, salsichão. Depois, costela, picanha e, por fim, ovelha.

Na avaliação do júri, Telmo foi o candidato que conseguiu assar com mais qualidade as diferentes carnes.

Os outros finalistas foram Divino Gregis e Isaura Inajara Padilha Leão, os dois de Porto Alegre. O trio levou para casa todos os apetrechos usados no churrasco (faca, gamela, espetos e tábua de madeira, além de um avental personalizado). Como vencedor, Telmo ainda levou R$ 5 mil para reformar a churrasqueira de sua casa.

O evento teve o patrocínio de Boticário, Bradesco e Mr. Músculo.