Polícia



Flagelo da droga

Homem mata companheira a facadas em Porto Alegre

Na Capital, homem assassinou a facadas a companheira e uma amiga que tentavam impedi-lo de usar crack. De sexta até ontem, foram 14 homicídios na Região.

10/09/2012 - 07h40min

Atualizada em: 10/09/2012 - 07h40min


Transtornado por mais uma pedra de crack, um jovem de 23 anos protagonizou cenas de horror na madrugada de ontem, no Bairro Rubem Berta, Zona Norte da Capital. Ao tentar impedir que o companheiro continuasse a se drogar, a auxiliar de telemarketing Karina Teixeira Gonçalves, 23 anos, foi morta a facadas. A amiga que tentou intervir também foi assassinada.

Passava das 4h e o garçom Diego André Marroti Borges já tinha fumado três pedras de crack, afora o álcool e um pouco de cocaína. Karina tentou impedir que a quarta pedra fosse consumida.

Criança ficou no quarto

A intervenção deixou Diego descontrolado. Começou a dar facadas na companheira de um ano de relacionamento. Thaize Pureza de Souza, 25 anos, que dividia o aluguel com o casal, deixou a filha de quatro anos no quarto e tentou socorrer a amiga. Acabou golpeada também.

Ele mesmo chamou a BM

Desnorteado, o jovem correu para a rua em busca de socorro. Falava do crime para quem passasse. Ele mesmo ligou para a Brigada Militar. Quando os policiais chegaram ao Acesso K1 da Avenida Bernardino Silveira Amorim, em frente à casa na Vila Dutra Jardim, encontraram Diego.

O assassino, em fato incomum, guiou os policiais até os corpos, assumiu a autoria do crime e contou o porquê do horror.

- A gente vê tanta morte, mas uma coisa dessas nos choca - comentou um PM.

Segundo o policial, conforme foi passando o efeito da droga, o jovem começou a se dar conta do que fez:

- Nem ele acreditava.

Descoberta na hora do almoço

A essa altura, ele já estava preso em flagrante na 3ª DPPA. O delegado Rafael Sauthier confirmou:

- Ele já tinha consumido cocaína e crack quando a companheira tentou impedir.

As duas facas de cozinha usadas no crime foram achadas no banheiro, próximo ao corpo da amiga. A companheira morreu no quarto do casal. Quando os pais dela chegaram para o almoço descobriram a tragédia.

Diego André: "Virei um bicho"

Com as mãos ainda manchadas de sangue, o garçom Diego André Marroti Borges, 23 anos, chorava encolhido na cela da delegacia. Até ontem, sua ficha policial só havia registrado uma briga com o irmão. Agora, responderá por duplo homicídio.

Diário Gaúcho - O que aconteceu na madrugada?

Diego - Eu misturei droga e bebida. Queria sair para buscar mais drogas e ela (Karina, sua companheira) tentou me impedir.

Diário - Era para o teu bem.

Diego - Sim, mas eu tava numa tremedeira, fora de mim. Fui no automático, peguei a faca e a acertei. A amiga dela tentou ajudar, mas daí eu acertei ela também.

Diário - Tudo isso por causa de uma pedra de crack?

Diego - Sim, em sã consciência, jamais teria feito isso com elas. Tô me sentindo um lixo. Quando eu levei os policiais lá, não sabia mais se eu era gente. Virei um bicho.


MAIS SOBRE

Últimas Notícias