Sede ameaçada
Acadêmicos da Orgia em suspense
Escola tem nova chance para tentar manter a quadra na Avenida Ipiranga, no Bairro Santana. Definição sobre o caso deve sair na quarta-feira
A Acadêmicos da Orgia ainda não sabe se o som dos tamborins e repiniques voltará a ecoar pela quadra da escola, na Avenida Ipiranga, no Bairro Santana. Uma reunião na quarta-feira com a Secretaria Municipal de Cultura vai definir se a entidade pode permanecer no local.
A dúvida sobre se a agremiação continuará no espaço cedido pela prefeitura se deve a denúncias de moradores do entorno sobre o excesso de barulho das festas e ensaios promovidos ali. Segundo a vizinhança, os eventos se estendem até tarde e, como não há isolamento adequado, o som se espalha pela região.
- Quinta e domingo, termina pela meia-noite, mas sexta e sábado se prolonga até umas três da manhã - relata um morador próximo, o enfermeiro Cristiano Uggeri, 24 anos.
O secretário-adjunto da Cultura, Vinícius Brum, reforça que a pasta cobrou da Acadêmicos o respeito às normas de silêncio.
- É recorrente a quantidade de reclamações da vizinhança. Tem todo um regramento de horários que vem sendo sistematicamente descumprido pela escola - afirma.
Presidente não concorda
O presidente da entidade, Darci Gonçalves, garante que a situação é diferente. Segundo ele, são realizados eventos apenas às sextas, que não se estendem muito além das 2h. Aos domingos, as festas noturnas deixaram de ser feitas desde agosto - agora, há apenas almoços, sem música. Aos sábados, há ensaios só até as 23h.
- Vamos tentar reverter essa ação, tentar corrigir. Eu estou sempre cuidando os horários - relata, sem deixar de reconhecer as reclamações da vizinhança.
Enrolar a bandeira
Instalada na quadra há 53 anos, a verde e branco conquistou três títulos do Grupo Especial, na década de 70. Os troféus na parede representam uma trajetória que, com o fim das festas e dos ensaios, também deve terminar.
- Eu tô muito abalado. Se a gente sair daqui, tem que enrolar a bandeira e parar - lamenta Darci Gonçalves.
MP investiga o caso
A Promotoria de Defesa do Meio Ambiente de Porto Alegre investiga os problemas relacionados à poluição sonora que seria gerada pelas atividades da escola. Haverá uma audiência no dia 21 de novembro para tratar do assunto.
De acordo com a promotora de Justiça Ana Maria Moreira Marchesan, a prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, deverá prestar informações sobre o cumprimento da legislação ambiental municipal por parte da escola, que ocupa local público.