Geral e Polícia



Sistema carcerário

Na cadeia, celulares custam de R$ 500 a R$ 1 mil

Gravações telefônicas revelam conversas de presos sobre uso de drogas, de redes sociais e compra de celular

05/02/2015 - 14h14min

Atualizada em: 05/02/2015 - 14h14min


Susepe / Divulgação
No último dia 31, um chip de celular foi apreendido na Pesm, ele estava escondido em um bife

Gravações entregues de forma anônima, em um CD, ao "Diário" e à Polícia Civil trazem conversas, gravadas em janeiro, entre presos em um bate-papo por celular. Nem sempre fica claro quando o apenado é da cidade. Mas, sem nenhum pudor, eles contam que consomem drogas, acessam Facebook e que um celular chega a custar de R$ 500 a R$ 1 mil na cadeia (ouça alguns dos áudios abaixo).   
 
Em diferentes trechos das conversas, os presos dizem que é fácil ter acesso aos aparelhos. Em um dos dias de gravação, um apenado reclama da qualidade do sinal da internet:

_ Vou fumar mais uma maconha e vou me atirar. Tentei entrar no Face e não está pegando, né piá.

O delegado Jun Sukekava, que responde pela Delegacia de Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec), confirmou que recebeu as gravações, mas preferiu não adiantar detalhes para não prejudicar as investigações. Os presos que participam das conversas ainda não foram identificados.

De acordo com a 2ª Delegacia Penitenciária Regional da Superintendência de Serviços Penitenciários, em 2014, foram apreendidos 101 celulares na Pesm e 94 no Presídio Regional em revistas pessoais e revistas gerais de visitantes. Várias denúncias têm chegado de forma anônima pelo telefone 181 de que presos ligam para programas de rádio pedindo músicas, usam redes sociais e bate-papos.

Segundo a Susepe, sempre que o preso é identificado é feita uma revista na cela. Foi assim que, no último dia 26, três celulares, quatro chips, quatro carregadores e drogas foram encontradas no Presídio Regional. 

Uma das dificuldades encontradas pela Susepe, segundo a assessoria da superintendência, é que, quando as revistas começam, os presos quebram os chips, impedindo o acesso ao seu conteúdo.

Confira alguns áudios de dentro da cadeia


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