Polícia



Os dez bandidos mais procurados

Traficantes no topo do listão

O avanço do tráfico mudou o perfil da prioridade nas buscas da Polícia Civil. Os principais procurados do Estado são considerados financiadores da violência

01/06/2013 - 13h06min

Atualizada em: 01/06/2013 - 13h06min


Dois anos depois da divulgação da última lista, a característica dos
dez criminosos mais procurados pelas autoridades de segurança começa a mudar. Se, antes, ladrões de banco ocupavam lugar quase exclusivo nas buscas, agora, o tráfico de drogas é o que mais mobiliza a Polícia Civil.

Para o diretor de investigações do Denarc, delegado Heliomar Franco, a explicação pode estar na mudança de atividade pela bandidagem. Desde 2011, ele salienta, boa parte dos traficantes presos na Região Metropolitana haviam migrado dos roubos para as bocas de fumo, em busca de maior rentabilidade e menos riscos.

Tráfico sustenta as "organizações"

A droga é o alicerce das principais organizações criminosas em atividade no Estado. A partir das cadeias, os intercâmbios entre traficantes e ladrões de bancos e carros não são raros. Mas, além do dinheiro do crime, o tráfico de drogas também é apontado como responsável por até 70% dos homicídios na região.

Como já acontecia em 2010, o Estado continua sem trabalhar com uma lista oficial dos dez mais procurados. Há, sim, um cadastro no site da Polícia Civil com procurados.

Sapo está na lista da Interpol

O procurado número 1 para a polícia pode ser a resposta às investigações que tentam desvendar como a facção dos Bala na Cara consegue tanta segurança no fornecimento de drogas aos seus parceiros. Osni Valdemir de Mello, o Sapo, 51 anos, transita entre o Brasil e o Paraguai e é apontado como o novo barão da droga no Rio Grande do Sul.

- Não há dúvida de que este homem mantém uma forte rede de contatos em todas as regiões do Estado e na fronteira do país, de onde faz entrar toda a cocaína - explica o delegado Thiago Bennemann, do Denarc.

O delegado Rodrigo Zucco, também do departamento, admite que Osni é investigado como possível fornecedor dos Bala. Os investigadores não creem que Sapo forneça drogas exclusivamente para o bando. Ele seria o elo entre os cartéis da droga e os distribuidores no Estado. Seu nome figura na lista dos mais procurados da Interpol (a polícia internacional).

Mas a influência dele no crescimento das quadrilhas do tráfico no Estado pode ir além da simples venda da cocaína.

"Qualificação" dos clientes

Em junho do ano passado, uma ação policial encontrou mais de 400kg de cocaína e crack em um sítio de Candelária, a 164km da Capital. Na operação, os agentes da Defrec de Santa Cruz do Sul descobriram que um químico fazia visitas frequentes ao local, para ensinar a transformar a cocaína em crack. A suspeita é de que o traficante também receba para "qualificar" os seus clientes neste ramo.

Há três anos no encalço deste trio

O titular da Delegacia de Roubos do Deic, delegado Joel Wagner, evita detalhes ao falar dos três criminosos remanescentes na lista de procurados de 2011. Mas admite que o principal alvo - provavelmente ainda ativo - é Igor Machado, o Nenê, 39 anos. Ele figura nas buscas desde 2010.

Ao contrário da lógica de trocar os roubos pelo tráfico, a suspeita é de que ele, provavelmente fora do Estado, tenha migrado para os assaltos. No entanto, não há informações sobre seu paradeiro.

Da lista de 2011, seis procurados foram presos. Outro morreu. Gilmar dos Santos, o Nenê Gordo, foi morto a tiros em um confronto com a polícia paraguaia em março do ano passado, quando tentava roubar uma joalheria no país vizinho. Ele respondia por 15 assaltos e pelo menos um homicídio.

Milico caiu com carro roubado

A lista dos dez mais procurados diminuiu na noite de quinta-feira, durante a Operação Mãos de Ferro, da Delegacia de Roubos de Veículos do Deic (leia mais na página 13). O assaltante Claison Rodrigues Pereira, o Milico, 42 anos, que estava foragido desde o ano passado, foi flagrado no Bairro Jardim Itu Sabará, na Zona Norte da Capital, com um Sentra, roubado na terça-feira à noite.

- Estávamos monitorando a movimentação dele. Desde o começo do ano, apuramos que ele estava migrando dos roubos a banco para os de veículos - explica o delegado Juliano Ferreira.

Milico foi parceiro de José Carlos dos Santos, o Seco, entre 2005 e 2006, e estava foragido do Instituto Penal de Charqueadas desde 2011.

Para denunciar

Delegacia de Capturas (hor. com.): 0800-5104668
Disque-denúncia (24 horas): 181

Procurados

Osni Valdemir de Mello, o Sapo - Aos 51 anos, é apontado como o maior atacadista de cocaína do Rio Grande do Sul. É natural do Vale do Rio Pardo.

Agenor Campos dos Santos, o Nenê - Aos 42 anos, é um dos mais visados pelo Denarc. Vive na fronteira entre Brasil e Paraguai e seria o contato dos traficantes da Região Metropolitana.

Deivit Luis Pedroso, o DDD - Tem 31 anos e um histórico de roubos a bancos, joalherias e cargas. Foi da quadrilha do Seco. Apontado como um dos líderes do tráfico em Sapucaia do Sul.

Dejair Jorge dos Santos Reis, o Deja - Aos 39 anos, é o remanescente do bando que atacou a fábrica de joias de Cotiporã, na Serra, no final de 2012. Também está envolvido com tráfico.

Mário Sérgio de Castro Gomes, o Serginho - Tem 24 anos. Está com prisão preventiva decretada pela morte brutal de um homem na saída de um baile em Alvorada, em fevereiro.

Fábio Rosa Carvalho, o Fábio Noia - Aos 29 anos, é apontado como um dos líderes do tráfico de Canoas. Saiu da cadeia em março, mas teve prisão preventiva decretada outra vez.

Claison Rodrigues Pereira, o Milico - Aos 42 anos, estava foragido desde 2012. Ladrão de bancos e joalherias, estaria migrando para o roubos de veículos. Foi preso na quinta.

Alexander Moacir Huhnfleisch, o Alemão - O criminoso de
40 anos é especialista em sequestros e fugas. Já escapou da cadeia nove vezes.

Fabiano Duarte - Aos 30 anos, já cumpriu pena por receptação, assalto e homicídio. Em 2009, fugiu do Presídio de Taquara junto com Gilmar dos Santos.

Igor Machado, o Nenê - Aos 39 anos, já foi considerado o principal procurado do Denarc, mas teria voltado aos roubos. Foi indiciado por seis assaltos e um homicídio.


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