Sistema prisional
Diferente de Tremembé, presídio Madre Pelletier não tem ala das casadas
Em Porto Alegre, a orientação é evitar troca constante de parceiras
Se estivessem presas no Madre Pelletier, maior presídio feminino do Rio Grande do Sul, as detentas Suzane von Richthofen, 30 anos, e Sandra Regina Gomes, 31 anos, sequer precisariam assinar um documento de reconhecimento de relacionamento afetivo, ao qual foram submetidas na penitenciária de Tremembé, em São Paulo.
Em Porto Alegre, basta as presas pedirem à direção que querem ficar juntas para que passem a dividir o mesmo espaço.
- Ficam só duas detentas por cela, então procuramos ajudá-las. Mas deixamos bem claro que não permitimos trocas constantes de parceiras - informa a vice-diretora do Madre Pelletier, Liana Zago.
Entre as 200 presas da casa, a direção acredita que cerca de 20 possuem relacionamento homoafetivo - algumas, com parceira de fora da penitenciária.
- É um percentual pequeno, mas existe, assim como aquelas que não assumem publicamente que são. Algumas recebem visitas de cercan de duas horas, dentro das regras, nos finais de semana - conta a diretora.
Em maio, as detentas Valéria Dias de Oliveira, 27 anos, e Vera Indiana Castro, 33 anos, protagonizaram o primeiro casamento da penitenciária. Com direito a salgadinhos, vestido de noiva (Vera) e terno (Val), as duas tiveram uma cerimônia religiosa. Ao contrário das famosas detentas, as duas foram presas por envolvimento com o tráfico e não têm histórico de homicídios.
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