Polícia



Traficantes de luxo

Jovens da classe alta vendiam droga mortal em casa noturna da Zona Norte

Filhos de empresários bem-sucedidos da Capital foram presos na tarde desta quinta-feira com 500 comprimidos de ecstasy com veneno para rato

23/10/2014 - 16h58min

Atualizada em: 23/10/2014 - 16h58min


Cristiane Bazilio
Cristiane Bazilio
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divulgação / Denarc
Além da droga, arma e munições foram apreendidas com os traficantes

Dois jovens de classe alta da Capital, filhos de empresários de uma casa noturna e de uma loja de materiais de construção da Zona Norte, foram presos na tarde desta quinta-feira, em Porto Alegre, com 500 comprimidos de um tipo de ecstasy que, segundo a polícia, é o mais forte que existe da droga.

Os dois traficantes, de 23 e 24 anos, moram em casas de luxo, no Bairro Jardim Planalto, onde foram presos pela 3ª DIN do Denarc em cumprimento de mandados de busca e apreensão após um mês de investigações. Nenhum deles tinha antecedentes criminais. A polícia não divulgou os nomes dos presos, nem dos estabelecimentos dos pais deles, para preservar o andamento das investigações.

Segundo o chefe de investigações da 3ª DIN do Denarc, Átila Duarte, esta é a primeira vez que a Polícia Civil do Estado apreende esse tipo de droga. Chamada de "tic love rosa", é extremamente nociva e aumenta o risco de morte aos usuários, uma vez que, conforme a polícia, teria, em sua composição, estricnina, conhecida como veneno para rato. 

- É chamada de bala mortal. Temos informações de que já matou usuários e fez muitos outros passarem mal. Ainda queremos identificar estas possíveis vítimas. Nos celulares apreendidos, constatamos trocas de mensagens via WhatsApp nas quais os próprios traficantes alertam sobre o perigo do uso, mas mantinham isso camuflado pra não prejudicar as vendas - aponta Átila.

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A droga, que vinha de Santa Catarina, era trazida pelos dois presos e vendida em academias e festas da Região Metropolitana, especialmente na casa noturna de propriedade do pai de um deles.

-  O rapaz facilitava para que a droga entrasse e fosse comercializada lá dentro. Cada comprimido, na noite, era vendido por até R$ 50 - explica o investigador.

Ainda conforme Átila, os pais dos traficantes seriam empresários "muito bem-sucedidos da Capital", e um dos jovens presos é o "cabeça" de uma quadrilha que continua sendo investigada.

- São jovens que vivem uma vida social normal e encontram no tráfico uma forma rápida de ganhar dinheiro. Sabemos que tem mais gente envolvida, e as investigações continuam até chegarmos a todos - avisa.

Com os jovens presos, foram apreendidos, ainda, uma pistola 380, cerca de R$ 1 mil em dinheiro e munições de armas de caça. Os dois homens foram encaminhados ao Presídio Central.

A apreensão de ecstasy realizada ontem elevou o número de comprimidos da droga apreendidos pelo Departamento Estadual do Narcotráfico este ano, que já é três vezes superior ao do ano passado. Enquanto em 2013 foram 1.751, neste ano já chegou a 5 mil.


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