Quadrilha
Preso líder do tráfico na Vila Amazônia, na Zona Norte de Porto Alegre
Em operação das polícias Civil e Militar, foram apreendidas armas e munições
Uma ação do Departamento de Homicídios, em conjunto com o 20º BPM, na manhã de ontem, pode ter sido o golpe final à guerra do tráfico entre as vilas Amazônia e Santa Maria, na região do Porto Seco, Bairro Rubem Berta. Leanderson Moraes de Oliveira, o Sapo, 33 anos, apontado pela polícia como o líder do tráfico na Amazônia, foi preso preventivamente em uma casa dentro da vila. Em outro casebre, os policiais encontraram o armamento do que restava do bando destroçado em uma chacina no começo de outubro, no Bairro Rio Branco. Com isso, a polícia também considera encerrada a investigação desse crime.
No local, foram encontrados uma submetralhadora Famae .40 - com o brasão da Polícia Civil de São Paulo -, um revólver calibre 38, 178 munições de fuzil .223, e ainda munições de .40, 9mm, .45, calibres 12, 16 e 20. Além de carregadores. No momento em que os policiais chegaram ao local, não havia ninguém o guardando.
Criminosos presos
Para o delegado João Paulo de Abreu, da 3ª DHPP, com a prisão do Sapo, todas as lideranças das quadrilhas das vilas Santa Maria e Amazônia estão atrás das grades. Sapo tinha prisão preventiva decretada pelo assassinato de Maurício da Rocha Duarte, o Cicarelli, no dia 1º de junho. O homem seria parente de um dos líderes do bando da Santa Maria. O crime, teria sido o estopim do que se viu na noite de 8 de outubro, em um bairro nobre da Capital.
Atraídos para uma emboscada, Diego da Silva Velásquez, o Coroca, Andrews Prates dos Santos e Eduardo Delgado Cardozo foram executados na Rua São Vicente. Na sequência, seus comparsas, Éder Cardoso Dias, o Pitbull, e Andrews Antônio Pacheco foram mortos na Avenida Ary Tarragô, Bairro Passo das Pedras. Na manhã seguinte, uma ação policial na Vila Santa Maria prendeu os criminosos conhecidos como Sadol e Filipinho, posteriormente apontados como participantes dos dois crimes. Na última segunda, foi preso o Beiço, que também seria um dos atiradores naquele crime. A polícia ainda procura por outros participantes do crime. Eles têm prisão preventiva decretada e são considerados foragidos.
Parceria com o Timbaúva é investigada
A polícia investiga uma possível relação entre os traficantes da Vila Amazônia, a Vila Santa Rosa, no Rubem Berta, e os criminosos que atuam no Loteamento Timbaúva, no Bairro Mario Quintana. O elo estaria no armamento encontrado durante a ação de ontem.
- É possível que os grupos estivessem compartilhando armas em uma parceria - diz o delegado João Paulo de Abreu.
Havia quase 200 cartuchos de fuzil .223 na Vila Amazônia. É o mesmo calibre do fuzil apreendido no final da última semana durante uma ação da Brigada Militar no Recanto do Sabiá, no Loteamento Timbaúva, que derrubou um verdadeiro arsenal do crime. Um armamento considerado raro pela polícia.
Também é apurada a origem da submetralhadora apreendida no local. Faria parte de um lote encaminhado pela polícia paulista para manutenção em uma fábrica gaúcha, que foi roubado.
Como foi a chacina
Traficantes da quadrilha da Vila Amazônia fariam a compra de armas a "preços promocionais" em uma cidade da Região Metropolitana. No meio do caminho, porém, foram interceptados por um carro com homens fortemente armados e anunciando que eram policiais. Eram traficantes da Vila Santa Maria.
Mantendo os rivais em cárcere privado, os obrigaram a atrair, por telefone, o Coroca para uma emboscada. Eles teriam marcado um encontro próximo à casa do traficante, no Bairro Rio Branco.
Ao chegar na Rua São Vicente, Coroca parou o carro ao lado do veículo dos seus conhecidos. E foi executado com vários tiros. Um dos seus comparsas também morreu no carro. O terceiro, ainda tentou fugir, mas foi surpreendido por um segundo veículo, de onde partiram mais tiros.
Os traficantes da Santa Maria mantiveram os rivais como reféns até o Passo das Pedras, onde mataram dois. Um terceiro conseguiu escapar ferido.