Tiroteio no Sarandi
Homem que morreu em quadra de futebol passaria primeiro Natal com a filha
Maurício Francioni Whahlbrink, 28 anos, era casado e pai de um bebê de oito meses. Planos de final de ano foram interrompidos pela violência
Ao contrário de muitas das vítimas que eram frequentadoras assíduas da quadra MCM Esportes, esta era apenas a terceira vez que Maurício Francioni Whahlbrink, de 28 anos, jogava futebol naquele local. Aceitou o convite de amigos que moram no bairro e decidiram bater uma bolinha depois de um dia longo de trabalho. Não imaginava que seria a última partida que jogaria. Durante o tiroteio, foi atingido por um disparo na cabeça e morreu no local.
Na manhã seguinte à tragédia, o clima era de revolta e consternação na casa onde Maurício morava com a família, localizada nos fundos de uma ferragem da qual ele era dono, no Bairro Rubem Berta. Amigos e familiares choravam a morte do rapaz descrito por todos como trabalhador, pacífico e sem inimigos.
- Ele era incapaz de fazer mal a alguém. Nunca se envolveu em briga ou discussão. Era um guri meigo, extremamente carinhoso e apaixonado pelo pai. Eram grandes companheiros, não faziam nada um sem o outro. O tio está inconsolável, destruído - relatou Raquel Lomando de Assis, 37 anos, prima de Maurício.
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Ela lembra que, horas antes do fatídico jogo de futebol, viu o primo trabalhando e sorridente.
- Era por volta das 17h30min, ele estava na loja, como fazia todos os dias. Acordava cedo, abrir a ferragem pelas 8h e só fechava à noite. Passei por ele e abanei, ele sorriu. É inacreditável que isso tenha acontecido - lamentou.
Maurício nasceu na casa onde morava e cresceu nas ruas do Rubem Berta. Gostava de desenhar e pretendia fazer faculdade de Arquitetura, conforme os familiares. Casado e pai de uma menina de oito meses, fazia planos de passar o primeiro Natal com a filha na praia de Magistério, onde costumava veranear com a família. Planos que foram interrompidos pela violência.