Crime na praia
Traficante executado em Tramandaí era dono de produtora de funk
Xandi andava em carros de luxo e era considerado executivo das drogas
Indiciado em dois homicídios e por tráfico, Alexandre Goulart Madeira, o Xandi, 35 anos, há pelo menos um ano, era visto pela polícia como um executivo das drogas. Em maio do ano passado, ele recebeu no Condomínio Princesa Isabel, sua principal base, um paraguaio que responde a crime de tráfico em seu país. A polícia soube da movimentação e uma equipe, à paisana, chegou a cercar o condomínio. Mas, avisado por olheiros, Xandi e o estrangeiro conseguiram sair do prédio por uma suposta entrada secreta. PMs entraram no conjunto, mas foi em vão.
- Ele vinha sendo investigado por tráfico. Um homem perigoso, com boas ramificações em vários locais - analisou o titular da 1ª Din/Denarc, delegado Sander Cajal.
Ostentação
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Na praia, a polícia apreendeu um Land Rover Evoc, um Cerato, uma Captiva e uma van Mercedes-Benz. Estavam em nome de parentes e amigos do traficante. Havia ainda relógios, joias e eletrodomésticos caros. Para os investigadores, é apenas uma pequena parte da fortuna do criminoso, dono de pelo menos um sobrado em Canoas, uma casa noturna na Zona Norte de Porto Alegre e da produtora Nível A, especializada no lançamento de artistas do gênero funk.
- Essa produtora é uma grande empresa de fachada, com a qual ele justificava o dinheiro que conseguia com o tráfico - afirmou o delegado Paulo Perez.
A investigação apurou que Xandi pagou R$ 10 mil em dinheiro para alugar a casa, entre os dias 26 de dezembro e 6 de janeiro. A proprietária da residência e a imobiliária que tratou do aluguel foram classificados como idôneos pelo delegado. Pelo menos 14 pessoas, no período, dormiram na casa - entre elas, um artista funk de Porto Alegre, apadrinhado por Xandi.
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Xandi era apontado como um dos principais traficantes da Região Metropolitana - sua sede seria no Bairro Santana, na Capital, e ele teria forte envolvimento na distribuição de drogas em Canoas. Nesta tarde, no Condomínio Princesa Isabel, em Porto Alegre, moradores exibiram faixas de luto pela morte do traficante morto neste domingo (4), em Tramandaí. Em 2014, o condomínio, apelidado de Carandiru, foi alvo constante de ações da Brigada Militar e do Denarc, sob suspeita de abrigar pontos de tráfico.