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Boletim de Ocorrência

A guerra está só começando

08/05/2015 - 14h06min

Atualizada em: 08/05/2015 - 14h06min


Não se enganem. A morte do traficante Teréu não significa o fim da guerra iniciada há uns dois anos e intensificada em janeiro, quando foi morto o também traficante Xandi, arquirrival de Teréu.

Duas décadas atrás, havia a crença de que, com a morte de seus principais líderes, quadrilhas e afins se enfraqueciam e acabavam extintas. Mas, já há algum tempo, comprovou-se exatamente o oposto. Nos tempos atuais - das facções, bem mais complexas, armadas e equipadas do que os bandos de antigamente -, a eliminação dos chamados patrões só acentua os confrontos e, consequentemente, engrossa as estatísticas de mortes. Até porque, hoje não existe mais a personificação do poder do crime em apenas uma pessoa. O controle, agora, é exercido por comissões.

O crime agradece
 
Mas não são apenas as mortes que marcam esse confronto. Algumas ações aparentemente pacíficas também fazem parte. Tem sido bastante comum, por exemplo, a exaltação dos líderes. Quando Xandi foi executado, no Condomínio Princesa Isabel, conhecido como Carandiru, uma faixa manifestou o luto de moradores do local. Pouco tempo depois, um grafite em homenagem ao traficante cobriu, por alguns dias, de cima abaixo, a parede lateral de um dos prédios.

Era apenas uma criança

No mês passado, duas galerias do presídio Central, em pavilhões vizinhos, promoveram uma guerra de funks. Com caixas de som colocadas junto a janelas de celas, os DJs do cárcere soltaram os batidões com letras que exaltavam os seus líderes e esculachavam os rivais.

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Por fim, ontem, numa demonstração de que a guerra é, mais do que pública, escancarada, a morte de Teréu foi festejada com foguetórios dignos de comemoração de títulos pela dupla Gre-Nal. Como não poderia faltar, houve festa, também, ao ritmo de funk.  


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