BOletim de Ocorrência - Arquivo do Crime
Renato Dornelles: "O Monstro de Amstetten"
Os casos policiais parecem se repetir mundo afora, ao longa da história. Nessa semana, em Gravataí, a polícia prendeu um pai suspeito de abusar sexualmente dos seis filhos (com idades entre quatro e 15 anos) e, além disso, de manter a primogênita numa espécie de cárcere privado por 17 meses.
O caso lembra o revoltante caso do austríaco Josef Fritzl, que ficou conhecido com "O Monstro de Amstetten". Em 24 de agosto de 1984, ele aprisionou sua filha Elisabeth, então com 18 anos, no porão de sua casa (a de número 40 da Rua Ybbsstrasse, na cidade de Amstetten, no Norte da Áustria). O mais impressionante é que ele seguiu morando na parte de cima com a mulher (mãe de Elisabeth), que não sabia de nada.
À mulher e à polícia, ele alegou que a menina havia sido levada por uma seita. Chegou a obrigá-la a escrever uma carta, supostamente dirigida aos pais, pedindo que não a procurassem.
Algemada e constantemente drogada, Elisabeth era submetida aos abusos do pai. Das relações incestuosas, nasceram sete filhos. Um deles, que morreu logo após o nascimento, teve o corpo incinerado por Josef, que jogou-o no sistema de calefação da casa. Para evitar que outras pessoas fossem ao porão, ele alegava que ali funcionava o seu atelier e que não permitia que o visitassem.
Três crianças foram mantidas no porão. Josef, todas as noites, levava comida para elas e para a filha. As outras três, quando nasceram, foram colocadas na porta da casa, como se ali tivessem sido abandonadas. Josef convenceu a mulher a adotá-las.
O drama de Elisabeth só terminou em abril de 2008, quando ela e os três filhos mantidos no cativeiro foram descobertos pela polícia. No ano seguinte, Josef foi condenado à prisão perpétua.